sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Paralelo



Eu percebi que eu preciso me desapegar de alguns sentimentos. É sempre assim, um amor exagerado ou um ódio infinito. Não existe paralelo pra mim. Se eu me afasto, eu desapareço. Se eu fico, eu fico até enjoar o outro.

Eu preciso encontrar um paralelo entre as coisas que eu sinto. Não ser linear, mas emocionalmente maduro. 

Às vezes a gente gasta muita energia tentando mudar o imutável e, pra ser bem franco, acho que esse lance de querer ser menos MUITO é só uma fase, mas é que cansa. Cansa mudar repentinamente de paixão; odiar de uma hora pra outra, o que eu costumava elogiar nos meus escritos. Num minuto a vibe está divertida e eu com poucas intenções de voltar pra casa, no outro: “Festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal”.

Como eu consigo gostar de alguém em apenas uma madrugada? Como eu consigo enjoar de uma música que, dias atrás, eu disse tocaria no meu casamento? Como eu pude pensar em casar? Como eu vou de dois pra duzentos sem o mínimo esforço?
E ainda tem os dramas hollywoodianos. Meus amigos – quase todos – são flores num jardim, de repente... “Não quero mais ver ninguém por quinhentos anos!”

Não é bipolaridade, essa citada é uma doença séria. Minha questão é a minha personalidade mesmo. Sabe essa coisa de ter aprendido a dar espaço pra tudo que se sente, sem se trair? Então, me condicionei a isso, daí, quando não digo ou faço o que eu quero, meu nível de stress sobe, eu fico com as orelhas vermelhas, e não adianta morder a gola da camisa, a ciência já explicou essa.

Enfim. Cansei. Quero ser, quando pouco, mais regular. Ter uma opinião determinada sobre as coisas. Não quero a Filosofia do honroso Raul da metamorfose e tal.
E na boa? Eu quero ser do jeito que eu sou hoje pra sempre.


ps: Esse texto foi escrito na tarde do dia 09 de Agosto e na noite do mesmo dia, um antigo karma citou o tema dele pra mim. Doido isso não?
“Você é muito exagerado nos sentimentos. Oscila muito”.

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◇ É passado, mas não esquecido