segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Talvez minha suposta metade se mande pra outra cidade




 Nós não nos gostávamos > Nasceu uma amizade > A intimidade cresceu > Ficamos. Andávamos praticamente 24 horas por dia. Às vezes passávamos de três a quatro dias juntos, variando as passagens entre: da sua casa pra minha, pra rua, pra casa de alguém, pra alguma festa...

A convivência era extremamente exagerada. Passávamos dias numa praia deserta e quando voltávamos pra casa, entravamos no facebook e, no chat, quem era a primeira pessoa a falar/tc comigo? Pois é.

Acho que eu... Não, acho não, eu tenho CERTEZA: nunca tive ninguém assim na minha vida.
Sério. Unreal. Ficamos uns dois anos vivendo essa amizade intensamente. Você não tem noção da proximidade. Era quase um casamento sem papéis assinados e igreja. 

A intimidade era EXTREMAMENTE latente. Não sei se devo citar, mas acho que você deve saber que um casal não tem limites quando o assunto é intimidade; ou seja, de banheiro a dancinhas no quarto sob o efeito de alguma vodka vagabunda.

Mas (maldito “mas”), o objeto do meu afeto exacerbado trouxe à tona lados desprezíveis da sua personalidade, e eu como tenho um lado moral muito acentuado – pausa dramática -, não deixei por menos.
A história nem era necessariamente comigo, mas mentiu pra mim e...  ‘$!@%!%$   como você pôde *!&@¨%!$@*#? Você ainda quer que eu permaneça do seu lado !*¨@¨!%#¨$&%!¨$# ¨!%¨$!¨#$¨$!#’...
Acho que já deu pra ver no barraco que deu né?

Dessa rusga nasceu um ódio imenso em mim, mas com o tempo eu tentei suprimi-lo (porque não posso apagá-lo, pois sempre que eu tento, não consigo). Então, sempre que eu olho na cara da criatura, me vem um calor e agonia que eu entendo como raiva, uma vez que eu penso em falar algo que denigra sua pessoa; às vezes não, só vem afeto mesmo.

Mas, não sei você, eu tenho um coração selvagem, mas doce: perdoei. No entanto, o equilíbrio entre o amor e o ódio ficou muuuuuito tênue, muito frágil, ali, na superfície. Daí, eu começo a tratar com desprezo só pra me vingar pela angústia causada a mim; depois dou carinho e um bom tratamento  pra recompensar pelas coisas boas que também existiram entre nós... e fico nessa.

Hoje eu soube que partiria pra uma cidade perto da minha, mas vamos nos afastar, é claro; não é sempre que eu vou ter dinheiro, não é sempre que eu vou ter tempo, não é sempre que eu vou estar disposto a fazer uma viagem (embora seja no litoral)... anyway...
A distância desfaz as amizades  (as com benefícios então...)

O propósito desse texto, além de me fazer refletir sobre o assunto e chegar a uma conclusão que me ajude a entender a situação, assim como todos os textos que eu escrevo pra esse blog, é, também, mostrar o quanto eu amo e odeio ao mesmo tempo e vivo, em alguns casos, nessa dualidade.

Então eu penso: “Poxa, to perdendo uma das pessoas que eu mais amo e que mais me ama na vida”. Por outro lado, penso: “Por mim vai embora, e leve junto essa amizade por interesse e sua falsidade desmedida”. Mas penso também: “E agora, quem vai falar comigo no facebook mesmo quando eu to offline?”, mas penso também: “Não respeita seus amigos. Vá embora mesmo”.
E entre esses espíritos bons e maus que me cercam, prefiro optar pelos maus, assim eu não sofro... Mentira, eu opto pelos bons, sua amizade vai me fazer falta.

Ohh céus, quanta duplicidade.

◇ É passado, mas não esquecido