domingo, 29 de abril de 2012

Truth/Fire



Nos importar com as coisas que as pessoas falam é inevitável; a importância que nós damos ao que é ouvido é que faz toda a diferença.
Pra tudo na vida existe um limite: o limite pra amar, o limite pra odiar, o limite pra falar e pra ouvir.
É óbvio que não dá pra nos prender nas palavras dos outros – e esse seria nosso fim. Mas, mesmo que seja um aspecto claro sobre sua personalidade, não é nada confortável ver as pessoas expondo determinados traços.
Uma certa vez, enquanto eu ainda me afogava na minha insegurança – isso não faz muitos anos – eu perguntei a um amigo, o que as pessoas falavam de mim quando eu não estava presente, ele disse o seguinte: “Nada que você já não saiba”.
Verdade, nós sabemos o que todo mundo fala, porque a gente se conhece, mas, o que diferencia no final das contas são as pessoas.
As pessoas que falam, se forem aquelas onde nossa confiança está, ela pode dizer a maior verdade, a coisa mais óbvia, mas vindo dela, vai ofender.
A verdade é como o fogo: vital para nossa sobrevivência. Mas se você abusar demais do poder que isso tem, certamente todos, sem exceção, sairão queimados,
Cabe a cada indivíduo saber como lidar com as coisas que seus próximos dizem: rancor, esquecimento, vingança, brigas, dar um abraço e “perdoar” ... Eu acabo optando, sabiamente, por todas as opções.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Desfiz"uma música : Nenhuma Estação




Acabo de “desfazer” uma música. Não, eu não a toquei ao contrário, tocando, ao invés de colocar a ordem correta dos dedos e fazer um acorde, o contrário.
Eu tava pensando aqui: “Poxa, eu fiz uma música linda e suave pra alguém que mudou tanto, que não corresponde mais as coisas que eu disse na época. Me ‘arrependi’ de tê-la escrito”
É claro que tudo muda, assim como as pessoas, mas me deu agonia saber que uma inspiração tão boa, foi substituída por um muro de soberba com um “q” de narcisismo insuportável.
Então, o que eu pensei foi: “Já que não dá pra desfazer uma música, eu vou fazer outra, como ‘resposta’ aquela que eu fiz e me ‘arrependi’ por ter escrito”.
Esperei vir o momento certo. Não forcei a barra da minha inspiração – até porque forçar inspiração é um esforço nulo.
Escrevi a música chamada “Nenhuma estação”. E aí, cada um tira sua própria conclusão. Explicar certos trabalhos faz sua graça descer pelo ralo.


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dúvida




Está escrito:
“A dúvida é uma doença. Afeta a mente, gera desconfiança dos motivos alheios e do conhecimento alheio.  A dúvida tem a habilidade de por em dúvida tudo que se acredita sobre alguém... E reforçar as suspeitas mais sombrias à nossa volta.”

Criar perguntas, criar respostas, fazer auto-análises e chegar as conclusões mais convenientes pro nosso ego... 

Sempre acabo caindo nas armadilhas que meu inconsciente prepara, principalmente quando as dúvidas nascem, por qualquer motivo. Crio um mundo onde só eu tenho acesso, agindo deliberadamente com as respostas que eu criei pras minhas próprias incertezas.
Me afasto de quem me derrama afeto. Desloco meus sentimentos mais benevolentes pra quem devia ganhar meu desprezo. Acabo regredindo e agindo com a imaturidade de um adolescente que acabou de descobrir que nunca será livre.

As dúvidas têm o poder de acabar com minha paz em questão de minutos. O difícil é que elas nunca duram esse curto espaço de tempo. Dúvidas levam dias, meses - até anos. Algumas delas destroem meu âmago lentamente, até eu ter uma resposta simples... quase inútil.

O problema maior está na dúvida infindável, aquela que você nunca irá descobrir, pois se esconde na mente do outro. A dúvida que você vai ser obrigado a reprimir e partir pra novas... Dúvidas.

domingo, 15 de abril de 2012

Fantasiando


Fantasia: aquele velho ato falho que nos permite sonhar com as coisas que a gente não tem, pra superar a ansiedade de não tê-las.
Vivemos a fantasiar. É só você parar cinco segundos e lá está você numa ilha deserta do Caribe, num dia lindo de sol  com quem quer que seja; ou pode parar num cassino em Las Vegas; ou ter a fortuna dos shakes árabes; trazer de volta quem não está mais com você – ou quem nunca esteve.
A fantasia nos faz viajar léguas sem um único movimento, a não ser o de virar o lado do travesseiro.
O problema é viver  delas, esquecer o mundo lá fora, não se esforçar, se perder...
Quando nós vivemos num mundo com tantas expectativas, às vezes, quando o sonho se torna realidade, você nem percebe, de tanto que você fantasiava o sonho almejado.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Um pouco sobre quem eu sou



Eu sou chato, mudo de humor repentinamente, não tenho problemas ao falar de mim, mas nunca conto tudo – principalmente pra qualquer um.

Sei ser o melhor amigo do mundo - o que é muito natural - mas sei me tornar um pesadelo e fazer com que alguém pense: "Maldita à hora em que eu te conheci".
 Eu sou altruísta mesmo... mesmo... mesmo. Eu perco uma noite pra ajudar alguém, aliás, ganho.

Às vezes saio sem me despedir, mas, no fundo, peço pra que alguém me veja e peça pra eu ficar mais um pouco.

Eu tenho a qualidade de assumir minhas qualidades e não considerar isso soberba.

Sou tão forte quanto fraco. Me emociono facilmente, fico triste quando brigo com alguém que eu amo, me deixo levar pelas emoções e coloco a razão no fundo da minha gaveta.

Me permito sentir raiva, rancor, ódio; mas me permito amar, adorar e me divertir.
Só sou simpático quando eu quero, com quem eu quero - e não me peçam pra ser simpático com alguém, só porque você o ama. Normalmente isso não dura muitos dias.
Sou desses que usa máscaras, assim como ele, assim como você, mas elas nunca duram o suficiente pra acreditarem no meu personagem do elenco de apoio; só se lembram do protagonista.
Falando nisso... Já me senti figurante: quieto, no canto, calado e sem ser notado.
Já me senti o bom moço: natural, impecável e rei da honestidade. Hoje eu me sinto o vilão, e esse eu já descrevi acima.

Acho muito mais fácil falar do que eu não gosto, do que expor minhas paixões.
Um dia já foi embaraçante me amar, hoje, acho que já superei - pelo menos correr nu numa praia deve ser um bom exemplo disso.

Aprendi que não devo superestimar ninguém; que na minha família estão aqueles em que eu devo realmente confiar; que minha veleidade é uma dádiva (só os fracos são sempre os mesmos, fazem as mesmas coisas, gostam das mesmas coisas...).

Se eu tivesse um manual de instruções ele não teria fim, pois, todos os dias, eu acrescentaria páginas a ele.
E nessas experiências do dia-a-dia, onde eu vi que ninguém ama em segredo, que ninguém é sincero de verdade e que o dinheiro não trás felicidade; também vi que existem muitas pessoas pelas quais vale à pena confiar, que nem todas as felicidades precisam ser compartilhadas pra serem felicidades e todos nós devemos ser um pouco egoístas e loucos pra sobrevivermos a esse mundo cruel, mas um lugar muito divertido ... Ao menos quando estou bêbado.

Não tento mais mudar o imutável; evitar o inevitável e tentar decifrar o óbvio, por motivos óbvios.
Tento ser feliz todos os dias? Sim, mesmo sabendo que a felicidade é só um estado passageiro. Dizem que é de graça correr atrás dela, mas não, é muito cansativo e a vida cobra seu preço. Mas o que eu faria se essa não fosse minha motivação? Nada. E acho que ninguém aqui quer fazer “nada”.

Já disse que cantar nem sempre espanta os males, e é verdade, mas vivo cantando.

E entre tudo que eu tenho, tudo que eu acho que eu tenho e tudo que eu almejo um dia ter, de uma coisa eu tenho certeza que é meu de verdade... Minha palavra, e dela eu não abro mão. E tenho dito.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Kurt ... Forever



Kurt me inspira canções, atitudes e posturas.
Quando eu era adolescente e sua depressão fazia muito mais sentido pra mim, eu dizia: “Kurt me entenderia”; hoje, eu acho que ele me daria alguma droga, e diria: “Fuck all, friend”.

Ele era livre, e é isso que faz com que eu seja apaixonado por ele até hoje.

Quando eu vejo uma entrevista sua, ou um trecho de uma música nova, ou até mesmo uma simples citação, parece que eu to me vendo ali – It hurts.

Já ouvi algumas pessoas dizendo: “Quem é Kurt?”
Eu respondo: Não sei quem ele é. Eu não sei nem quem sou eu, mas de uma coisa que tenho a plena certeza ... Daqui a cinquenta anos pessoas ainda vão estar cantando "Come as you are” e lembrando do autor dessa obra, e de você talvez nem se lembrem daqui a cinqüenta anos.
Sua morte é uma incógnita: dizem que o mataram, dizem que ele se matou, eu prefiro não tentar mudar algo que é imutável.

Eu sinto saudades da época em que o  rock era de fato rock: agressivo, sincero e melancólico.
Mas, nós seres humanos, só seremos felizes quando entendermos de vez, que as coisas mudam, que tudo um dia acaba e nós estamos sozinhos no fim das contas.

Kurt é meu amor ... mas sem sexo.

Resultado exato



Um amigo meu me disse uma vez, que uma forma que ele achou de superar um abandono, foi se ocupando. Segundo ele, preencher sua rotina com atividades que lhe exigissem grande concentração, fazia com que ele esquecesse seus problemas.
Mas, como se afastar de algo que está dentro da sua cabeça, latejando, sempre que você se depara com o intervalo de suas atividades?
Como fugir de algo invisível que lhe acompanha não importa onde você vá?

Não importa o lugar, seus pensamentos estão com você, principalmente quando você fica sozinho.
Não dá pra fugir, até porque você tem amigos que passam por algo parecido e vão conversar com você sobre.
É claro que ir à praia, ao invés de ficar em casa cochilando sob suas dúvidas, é - de longe - melhor, mas não é uma alternativa que funcione de forma exata como a Matemática.
E todos se perguntam: "Então, o que funcionaria perfeitamente?"
Eu respondo: nada. Só o tempo vai curar.
Você pode sofrer em Roma, pode fazer uma sauna no mesmo espaço da classe média alta de São Paulo, pode ir de avião ao Havaí, mas a dor vai estar lá, linda e destrutiva.
Ter longe dos olhos é tão perigoso quanto ter próximo, quando você não tem o que quer,
até aparecer alguém que substitua - caso apareça - e adeus ... ou não.


domingo, 1 de abril de 2012

Esse não é um texto sobre ódio



Poucas pessoas me decifram com facilidade. Muitas tentam, se esforçam, como se fosse um jogo no qual o vencedor leva minha alma.
Claro que eu não to generalizando – eu não sou do tipo que generaliza – apenas percebo que, por mais que muitos deles tentem se mostrar conhecedores do meu íntimo, nenhum deles, realmente, chega perto.
"Você que se afastou”, foi o que eu ouvi. 
Como assim? Eu preciso conhecer novas pessoas; sair; respirar novos oxigênios; até sofrer novas dores. Mas nããão... Basta eu sair de algumas  vidas, que seja alguns dias e pronto, viro logo o mestre da segregação.
É triste, muito triste... por mais que seja uma forma de demonstrar afeto.
Não to me vitimizando, é que alguns deles vêem isso como algo programado.
Acho que eles pensam: “Rilson deve ter acordado pensando em se afastar da gente. Vingativo!”. 

Mas não, é apenas uma quebra de rotina. Amanhã eu posso estar impreguinando suas vidas, no entanto, hoje, eu tive a chance de fazer algo novo (e quem não quer algo novo?).
Eu não quero viver longe de quem me ama - e quem quer? – pelo contrário, quero é ficar perto e mostrar que o amor é cada vez mais recíproco, mas – tem sempre um “mas” – eu não posso fazer nada, se muitos dos que eu amo, vivem em ambientes que me prejudicam e os prejudicam (pena que eles não vêem isso... ou vêem e se acomodam).

Numa conversa com um dos meus amigos, eu disse: “Poxa, velho, eu não quero me afastar, mas eu não agüento mais fazer sempre as mesmas coisas”. Ele disse: “Eu também não, mas fazer o quê? Só tem isso mesmo”.
Não, não tem só isso, o mundo é imenso, por mais que a cidade seja medíocre.
E acho que vale a pena frisar: Eu quero muito estar perto dos que me amam, mas me sacrificar, enquanto eles vivem em sua pseudoalegria, não.

O pior de tudo quanto ao afastamento são as críticas: “Ah porque você tá se achando” (hãã?).
Eu ainda tento fingir que não sei de nada. Tento passar por cima disso tudo. Porque, é claro, tudo isso é inferior.

Pena que eles nunca se aproximam e dizem: “E aí, o que anda fazendo?”, eu iniciaria assim uma conversa. 
Mas normal, eu tenho a péssima mania de colocar pessoas sobre um andor e acabo esquecendo que eles são... seres humanos.
Que fique claro, mais uma vez, esse não é um texto sobre ódio, é sobre amor.

◇ É passado, mas não esquecido