segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Você tem que saber o que você quer"





“Você tem que saber o que você quer”. Você já ouviu isso? Eu já. Vááárias vezes. Você nunca? Então você sabe o que é ser feliz (risos).
Se você está expondo suas dúvidas de forma calma (ou não) num diálogo com um amigo seu, sobre um relacionamento que você não quer mais estar, ele diz: “Você tem que saber o que você quer”.
Se é na escolha de um curso pra prestar o vestibular, seu amigo, pai, mãe, avó, podem dizer, caso uma dúvida (MUITO COMUM) como essa sair do seu cérebro para os seus lábios: “Você tem que saber o que você quer”.
Se você quer patinar, depois quer lutar karatê, depois decide que fazer aulas de street dance, alguém certamente vai dizer: “Você tem que saber o que você quer”.
Já reparou como dificilmente (quase nunca) aparece alguém pra nos dizer “faça tudo”.
- Eu quero ficar com A, mas gosto de B.
- Fica com os A e B.
- Eu gosto de História, mas quero fazer Psicologia
- Faça os dois cursos
- Eu gosto de artes marciais, mas também gosto de dançar
- Dance e lute.

NÃO! De forma alguma. Pra quê facilitar as coisas e nos livrar dos malefícios da dúvida? Nada disso. “Você tem que saber o que você quer” é uma frase tão impressa em nossa mente, que até no inconsciente ela habita e, sem perceber, acabamos nos projetando no caminho de uma só direção.

Espero que você esteja entendo o que eu quero dizer. Não to querendo ser puto, ou volúvel, ou sei lá  o quê, apenas to dizendo que acho essa frase muito imperativa, muito “mandona”. Tipo: “Vá! Decida logo! Faça! Aconteça!” e eu não acho que tem que ser necessariamente assim. 

Eu tenho todo o direito de ter duvidas, de questionar, de parar num caminho ambívio, numa encruzilhada e pensar... pensar... pensar... Tá bom. Eu sei. Eu preciso saber o que eu quero, mas nada de pressão.

◇ É passado, mas não esquecido