segunda-feira, 30 de julho de 2012

Melodramas insuportáveis, mas que todos vivem algum dia



Diz o velho ditado: “O que os olhos não veem o coração não sente”. Mas como assim? Me perguntei. Mas na imaginação não é tudo mais devastador? A dúvida não é uma doença? O fato de ter em si uma incerteza, não provoca muito mais dor?

E nessas questões que tanto me emudecem, eu acabei chegando a algumas conclusões:
- Quando os olhos não veem, o coração esquece
- É muito mais fácil fazer sua imaginação se acalmar, se você não tem a mínima ideia do que está acontecendo na sua ausência
- O afastamento, na maioria das vezes, é uma ótima maneira de encontrar respostas.

No fundo, tapar os olhos ao invés de encarar a verdade é muito mais confortável. Não que essa forma de escapatória seja mais fácil, não é; nem que seja uma forma de autoengano, é só uma maneira de não gastar esforços tentando mudar o imutável. Quando tudo que você quer é inalcançável (Sim, senhores positivistas, existem sim coisas impossíveis de alcançar, principalmente se “isso” está nas mãos de outra pessoa) o melhor a se fazer – depois de lutar pelo seu objetivo – é se acalmar e se sair da luta com a certeza de que fez todo o possível.

Obviamente, aqui, eu estou me referindo melodramaticamente aos amores impossíveis, mas isso se aplica em vários aspectos de nossas vidas.

Agora tem um “mas” – como de praxe – tente se acostumar com o fato de não ter o que você quer e se mantenha preparado pro caso de encontrar em outro lugar o que você precisa.
Às vezes, o afastamento é tamanho, que você não reconhece nada daquilo que você deseja, mas que vem de outra forma.

E caso encontre o motivo da sua fuga por aí... Conselho? CORRE!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Vingança é um prato que eu desisti de comer



Inúmeros pensadores definiram a vingança de diversas formas. Uns dizem que a melhor vingança é o desprezo. Outros dizem que dar um castigo não traz a honra de volta; que a raiva não permite que as chagas se fechem, e o arrependimento é o maior fato nessa batalha. 

Não sei se é algo que estava inato, ou eu aprendi com o tempo, ou se foi porque eu vi todos os episódios da primeira temporada de Revenge, mas lá fui eu tentar dar o troco em quem me fez um mal enorme (?).
 
Fiz tudo da maneira mais correta: me aproximei dos amigos da vítima, dos inimigos da vítima (que são muitos), dos familiares da vítima e, por fim,  da vítima (o que foi fácil, diga-se de passagem). Com pequenos golpes no curto entendimento da “vítima”, eu fui roubando-lhe a mente de tal forma que, tudo que eu digo se torna verdade absoluta.
Mas, no meio dessa intensa jornada, aconteceu algo que eu não esperava: eu me tornei tudo àquilo que eu mais desprezava.

Conquistar pessoas que pouco lhe interessa não é fácil. É um sorriso amarelo dali, uma atenção desviada de lá, e você acaba tendo que encarnar o personagem muito fielmente. Sem contar com as armadilhas da consciência e das emoções: de repente você se vê gostando, de verdade, daquilo que deveria ser apenas parte do produto.

Por isso a Amanda Clarke disse que a vingança não é para os impulsivos. É preciso ter um sangue-frio disfarçado de paciência. Até porque, nem sempre seu espírito está pra lidar com determinada situação. Um fingimento, às vezes, custa muito mais caro do que o peso da sinceridade.

Por mais que meus pensamentos indicassem que a “vítima” merecia tudo aquilo, eu não me sentia bem comigo mesmo. Daí, eu decidi dizer um “basta” pra mim. Chega de consumir minhas energias com males que só vão se curar com o afastamento.

Certa vez, alguém me disse pra eu não me preocupar com vingança, pois o mal por si só se destrói. 
A frase acabou fazendo muito sentido. Seria muito mais divertido ter participação ativa na destruição desse “mal”, pena que isso não será possível, mas, como eu sou muito superior e não nasci pra ficar nas arquibancadas, fico muito feliz em assistir tudo, ali, na primeira fila do camarote.

ps: mas nada me impede de, sempre que eu puder, apimentar o lento processo do destino.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Lágrimas, leviandades e lamúrias repetidas



Supere isso e, se não puder superar, supere ao menos o vício de falar a respeito”. Quando Caio Fernando Abreu escreveu essa máxima universal, ele deve ter pensado em alguns dos meus amores. 

Não é fácil apagar o passado. Não é fácil viver nesse mundo. É muito complicado lidar com gente; com rejeição, olhares atravessados, burocracias, doenças, crimes, traições...

Qualquer pessoa do mundo, está apta a escrever uma lista de coisas terríveis que nos atormentam. Mas, assim como todas as coisas difíceis de lidar na vida, aguentar a mesma pessoa, repetindo o mesmo assunto, sobre as mesmas pessoas, girando ao redor do mesmo tema, sempre se colocando no papel de vítima, beira o surreal.

Quando a gente resolve se calar sobre determinadas partes da nossa vida, o cérebro vai prendendo isso no inconsciente e eles vem à tona nos sonhos e atos falhos (até onde eu sei). Mas pelo menos lá, você não incomoda nenhuma alma.

É claro que superar a dor é muito complicado, o passado então, nem se fala. Cada um lida de um jeito: tem gente que se afasta de tudo e de todos (meu caso), tem que gente que encara, que se joga, e eu não julgo nenhuma das formas de lidar com as crises, mas, eu não conheço ninguém que tenha se curado, falando repetidamente com um amigo (no caso, eu), sem novos argumentos e tendo a certeza que esse amigo (no caso, eu) não é psicólogo.

Sou um bom ouvinte, mas tudo tem limite. Sou daqueles que, em poucos minutos, muitas pessoas se sentem à vontade pra falar sobre tudo. Se eu acho isso uma dádiva? Sim, eu acho. Mas uma linha tênue separa um dom de uma maldição.

Alterando, com todo respeito, a frase do Caio Fernando Abreu: “Supere isso e, se não puder superar, se jogue da ponte”

terça-feira, 10 de julho de 2012

"Karma is a really fucking bitch"



Karma is a bitch”, essa é a frase que eu já ouvi – e ainda ouço eventualmente – em diversas séries e filmes.

Verdade seja dita: a vida é cruel. Você está bem, tudo na maior tranquilidade e, do nada, num segundo, tudo muda; às vezes pra melhor, mas esse não é o assunto desse texto.

É isso: “karma is a bicth”. E a analogia não precisa ser feita apenas com aquelas que são as piores,  por acharem que é mérito o desleixo com o corpo e o suposto desprezo pela raça masculina.; eu falo aqui de todas as “vadias” (inclusive daquelas que carregam um pênis como órgão sexual).
De todas mesmo. Daquelas pervertidas, que odeiam qualquer coisa ou qualquer um que tenha, de longe, uma relação com a hombridade ou o puritanismo. Sabe aquelas sem pudor algum, que arrotam na mesa de jantar do noivo, ou se vendem por uma viagem à Itacaré com tudo pago? Ainda tem aquelas que choram e se ajoelham na sua frente, argumentando que não fizeram algo, que acabaram de fazer. Então, dessas. 

O karma funciona basicamente assim: algo terrível que você tem que enfrentar constantemente, com todas as suas forças, que vai embora por um tempo pra você acreditar que acabou, mas volta, logo depois.

Não dá pra fugir, quando o karma te pega, já vem devastando tudo que você mais aprecia. Destrói suas paixões. Você não sabe mais se ama fazer uma coisa, que você sempre fez com amor. Tira suas boas inspirações. Te leva pro lado mais escuro da sala, a ponto de te fazer refletir, repetidamente, sobre um assunto que deveria estar trancado a sete chaves, no fundo do mais extenso calabouço. Cria dúvidas sobre as pessoas que você sempre confiou e ainda faz você, facilmente, se afastar delas.

Se lidar com o karma tem seu lado positivo? Eu optaria por nem saber. Não quero medir o mundo com minha régua, mas acho que todas as consequências provocadas pelo karma resultam na solidão. Mas disse um grande pensador, que há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade. Então, sejamos livres pra enfrentarmos a dor.

E cada um com o seu, cada um lutando pra acabar com o seu; tem uns que nem sabem o que é, nem qual é o seu, mas todos nós temos que encará-lo. E não tente correr ou se esconder, no fim das contas você tem que admitir: “karma is a bitch”

Poema aos exageradamente "honestos"





Eu quero ser bem tratado e ponto. Eu não preciso de sinceridades exageradas, sem o mínimo de sutileza. É isso mesmo. Eu quero cordialidade, gentileza...

Se eu quero que sejam honestos comigo? Sim, eu quero. Mas se quero honestidade com respeito e educação? Sim, também.

Eu não quero pessoas ao meu lado, quero pessoas que estejam do meu lado, e que se preocupam e querem sempre o meu humor no mais elevado lugar da Terra.

Eu quero pessoas que liberem minha endorfina, não pessoas que me derrubem com suas "verdades" a meu respeito; visões alienadas de pessoas alienadas.

Eu sei muito bem quem eu sou, o que fazer, onde estar e o que dizer... Os resultados das minhas batalhas só dependem de mim. O que eu não gostar, eu condeno a ficar guardado no meu inconsciente e só sai de lá quando eu quiser.  Eu não preciso de ninguém que me lembre quem sou eu.

Todo mundo no mundo – pelo menos é o que eu penso – sabe o que as pessoas falam quando nos levantamos e saímos. Acho que são completamente irrelevantes indivíduos nos falando como nos comportar.

Quero que fique bem claro: eu trato você, como você me trata. 

Aprendi ao decorrer dos anos – e como aprendi – a me defender, e admito, nem sempre eu digo coisas das quais eu me orgulho pra não ter minha autoestima derrubada.

Portanto, seus lindos donos da verdade, que acham que são honestos e sinceros, mas, na verdade, são indiscretos e sem o básico da educação, vão pra casa da porra nos quintos dos infernos. Seguindo minha dica de viagem: “lugares confortáveis onde pessoas insensíveis deveriam estar”, você vão fazer pessoas muito mais felizes.

Meu ego, meu humor e minha paciência agradecem a cooperação.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Livro aberto



Vários psicólogos dizem que não há como existir uma relação verdadeira, quando há muitos segredos em jogo. 

Entendo que todo mundo precisa de espaço, tanto pra ter sua privacidade, quanto pra manter a ideia de que tem um mundo que é só seu.

A verdade é que todos nós queremos saber tudo sobre as pessoas que nós gostamos. É comum, pois assim, nós sabemos qual ferida não tocar, qual terreno nós devemos pisar, o que devemos dizer quando a pessoa está se desdobrando pra encontrar um solução pra algum problema.
O que está em jogo não é a curiosidade, e sim, uma vontade de aproximação – às vezes exagerada – que nos move pra perto de quem a gente ama. 

Muita gente, principalmente aqueles que guardam muitas histórias de sua vida pra si , acha que não é preciso ser um livro aberto, para que o sentimento se torne palpável e recíproco. Mas, até você que gosta de guardar seus segredos mais profundos, deve admitir que não é nada confortável abraçar alguém que se cala em diversos momentos; que não é agradável deitar do lado de quem sempre se lavanta e vai pro canto atender um telefonema...

Olhar nos olhos de alguém, seja seu amigo, amante, ou as duas coisas juntas, e ver um vazio que nunca será preenchido, um olhar que cria dúvidas em você, um finito tão seco quanto uma  tempestade no deserto, não é lá uma sensação que seja fácil de aceitar e se acostumar.

Já que é a  lei do “provando o próprio veneno que a pessoa sabe o que dói” é a que prevalece de verdade, não seja tão honesto e franco, e feche, sem pestanejar, seu livro.

◇ É passado, mas não esquecido