segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não quero entrar em hiato novamente /pausa/ viva la vida




Então, deixa eu pensar num modo legal de começar esse texto... 

(23 segundos, aproximadamente, depois...)

Volta e meia eu entro numa energia “tensa” disfarçada de “branda”. É um momento onde eu penso no futuro, penso em resolver questões do passado, questões do presente; envolve desenvolvimento intelectual, espiritual e solidão. Normalmente esses momentos vêm com uma dose de angústia, dúvida, composições centradas no desespero criado por não ter uma resposta e tudo que eu preciso pra me sentir novo.

Eu já escrevi sobre isso por aqui (me detesto quando tenho a sensação de estar me repetindo) e, na verdade, os resultados dessas minhas “auto-exclusões pra evolução”, que eu apelido gentilmente de “hiato”, não foram satisfatórios. Quer dizer... Eu não me senti mais forte, nem mais fraco, nem menos triste ou preocupado; as únicas coisas que eu consegui foram repelir quem tentava aproximação, músicas densas, uma solidão forçada (aplauso pra mim, pois nunca achei que escreveria algo do tipo “esforço pra ficar só”) e coisas não muito substanciais. 

Acho que essa minha energia criada inconscientemente me deixa, lá no fundo, com uma sensação de “as coisas vão melhorar”, mas que nada... Já passei por isso antes, over and over again.
Dessa vez, eu não vou analisar minhas relações na tentativa de entendê-las (Já fiz isso e hoje eu me relaciono com as mesmas pessoas). Não vou ficar tentando descobrir quem eu amo de verdade (Já analisei algumas, criei questões e as testei e acabei na cama com elas). Não vou bancar o “novo Rilson” cheio de novas posturas e blá blá blás (Já fiz isso e hoje eu sou o mesmo).

As mudanças que hoje habitam minha personalidade, vieram sem esforço, sem hiatos, sem “preciso ficar só pra refletir e ser uma pessoa melhor”.
Por isso, dessa vez vai ser assim, sem lenga lenga e exentricidades de artistas (ui!). Ao invés de me afastar, vou pedir desculpas pelo afastamento e vou dar atenção merecida a pessoa.

***

Nesse meio tempo, às vezes, entre um parágrafo e outro, refletindo sobre o que eu estou escrevendo, fui dar atenção a uma amiga num chat dessas redes sociais e acabei vendo que um brother meu faleceu. Nós não éramos amiiigos, mas nos gostávamos, fazíamos resenhas juntos e, com certeza, do nosso jeito, desabafávamos coisas retraídas e riamos demais.
Lembro que em uma de suas conversas, ele me falou que pouco saía e que há muitos anos não ficava com ninguém... ou seja, A VIDA É MUITO CURTA PRA ESSE MIMIMI de se isolar, de se afogar em dúvidas insolúveis e não aproveitar tudo aqui que nos faz bem, incluindo lugares, pessoas, hobbies ou que for.

Não digo que meus problemas são um cu, nem digo que os seus também são, mas, de vez em quando, vamos pesar o que realmente vale à pena se martirizar e o que é apenas fruto da repetição do seu eu. 

E pra você que está lendo isso, fica meu abraço grande e meu obrigado pela sua atenção.
Volto logo, com mais autoflagelos traduzidos em caracteres e palavras de autoestima em textos densos.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Status: anulando quem eu sou pelo bem-estar alheio




Dizem que o preço por se importar com o outro é se magoar. Não sei até onde essa frase se aplica, mas, na maioria dos casos, é assim.

Quando a gente gosta de alguém, a gente acaba anulando muito do que a gente é, seja fazendo coisas que nós não faríamos se não fosse por tal pessoa, ou deixando de fazer coisas que você faria se não tivesse com ela. Claramente, isso não se aplica só a relacionamentos afetivos, pois, na amizade a gente vive anulando nossos gostos, mesmo que por “muito pouco”. Meu amigo quer ir naquela festa, mas eu não; você quer ir pra um acampamento nas montanhas, seu amigo quer ir pra um retiro espiritual nas praias do Sul; eu quero assistir The Walkind Dead, ele quer assistir Glee (Ok, essa foi só pra descontrair).

Quando nós gostamos de alguém, normalmente fazemos de tudo pra pessoa se sentir à vontade, mas, e nós?
Deve haver um limite pro quanto nós abrimos mão do que a gente é pela felicidade alheia, ou pra não magoar alguém, ou pra deixá-lo confortável. Calma que o santo é de barro.

Eu nem conto mais quantas coisas já fiz, só pra estar ao lado de uma pessoa que eu amo ou pra ela ficar bem e, no final das contas, quem saiu arrependido? Quem ficou com uma pulga atrás da orelha? Quem saiu do quarto dizendo que jamais faria aquilo outra vez? Quem está escrevendo um texto sobre anulação do seu eu?

Hoje, quando me pego em uma situação que eu faria A e outro faria B, penso: “Se isso não me destruir intimamente amanhã, eu vou. Caso contrário, não”. É isso. Quando a decisão não afetar tragicamente alguém (principalmente você), aí sim é válido, mas, se só um lado for beneficiado, não vale muito a pena. Pode parecer o cúmulo do egoísmo, mas quem se identifica com esse texto sabe do que eu to falando.

Repressão trás angústia. Dúvidas trazem angústia. Impaciência trás angústia. Quer dizer: “Não quer sofrer? Tome decisões”, como já disse o grandioso médico Dráuzio Varella. 

Agora, assim, já disse que anular seu eu é um problema, já deu pra você refletir sobre, já dá pra tomar decisões, então agora só depende de você (de mim). Se você continuar fazendo as mesmas coisas, aí já é um problema que só se resolve com remédio, ou com a aceitação da sua situação atual e as coisas que você está determinado a suprimir por alguém. 
Sei lá, vai ver que isso é um traço da sua personalidade. Vai ver que isso é ser você (eu).

◇ É passado, mas não esquecido