domingo, 30 de dezembro de 2012

Réveillon





Muitas pessoas esperam a chegada do novo ano, achando que o réveillon vai abrir um portal pra realização dos seus sonhos e tudo dará certo *wrong way*. 

Invista sempre AGORA. Tente colecionar mais elogios do que críticas. Não espere Segunda-feira chegar, ou 'ano que vem', pra começar a mudar e tomar sérias decisões. Não espere algo ruim acontecer pra você se inspirar, nem algo extremamente positivo pra impulsionar seus pensamentos altruístas. Nada de "daqui a algumas horas eu respondo". 

Tomar decisões rápidas, não significa ser inconsequente, significa aproveitar o que você tem.
Não deseje felicidades apenas em datas marcadas, nem celebre apenas em dias específicos no calendário. 

Algo incomoda? Fuja ou enfrente. Não se perca na angústia das dúvidas. Não faça seus amigos de divã. Seja útil, nem que seja deixando alguém passar na sua frente na fila do ônibus. 

Não viva dos textos de autoajuda, nem se importe tanto com as coisas que não podem ser mudadas. 

A vida muda num segundo.

Quer mudar? Mude já.

Feliz ano novo! 

E beba, beber ajuda ... Sempre (Tive que escrever isso, porque esse texto tava muito Pedro Bial, e ninguém aqui quer ser o cara que apresenta um programa chamado "Na moral". Porra, véi, na moral).


domingo, 23 de dezembro de 2012

Fail Call




Alguns dias atrás eu recebi uma ligação de um novo amigo meu. Como eu amo (e quem não ama?) receber a atenção de uma pessoa que eu amo, de imediato me senti lisonjeado com o contato.

Conversei bastante, porque eu gosto de falar ao telefone e, se me deixam falar, eu puxo assuntos da época em que telefones não existiam.

Num determinado momento, após alguns vários minutos de conversação, eu lembrei que o interlocutor me falou um dia: “Eu odeio falar ao telefone. Falo só o necessário e pronto”. Daí pensei: ‘Ele só ligou pra saber como eu estou, e eu fico aqui falando pelos cotovelos’ e, num movimento brusco de fala, eu me despedi; ele me deu uma patada e bateu o telefone na minha cara.

Eu, que não sou paranoico nem nada, comecei a pensar em mil alternativas fail pra situação ter chegado ao fim de ligação/vácuo: “Será que ele achou que eu fui rude?”, “Ele deve ter cismado e nunca mais vai fazer uma ligação pra mim, nem a cobrar”...

Enfim, não sei por que, mas fiquei me embriagando nessas dúvidas. Aí, como qualquer pessoa emocionalmente madura e apoiadora das novas ferramentas de comunicação, deixei pra ele um recado numa rede social. Ele postou um vídeo acima do meu recado e não respondeu. Eu comecei a me questionar a respeito da atitude e liguei pra ele. Ele disse que desligou o telefone e ficou dando risada e falou comigo tranquilamente.

O que essa situação me trouxe? Nada de novo: eu me importo exageradamente com as pessoas que eu amo. E quando eu digo ‘exageradamente’, é realmente de uma forma intensa, porém, desnecessária.

Tudo tem limite, principalmente pro altruísmo.

E pra começo de conversa, eu deveria ter deixado pra lá e nem esse texto ter escrito. Mas sempre há em mim uma forcinha querendo  frisar os martírios e    tirar uma suposta lição.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Drama



Quem me conhece sabe que eu sou dramático. Meus relacionamentos são uma miscigenação de Grey’s Anatomy, mais as novelas do Manoel Carlos (Sem cirurgias e sem Leblon).
As pessoas que me são mais próximas têm diálogos, brigas e DRs comigo, que são dignas de serem filmadas. 

É só umas das partes sumir por qualquer motivo, que frases fortes, dessas que deveriam estar nas escritas de Shakespeare, vêm à tona: “Você não me ama mais”, “Você tá diferente”, “Você tá se afastando de mim”, “Eu fiz algo de ruim pra você? Desculpa”... E por aí vai. 

Eu achava que minhas emoções intensas eram prejudiciais, mas percebi que muitas pessoas precisam disso. Elas precisam das minhas perguntas cruas e diretas. Elas precisam dos meus dramas hollywoodianos. Elas precisam da minha carência. Elas precisam extravazar seu lado Luiz Fernando de La Vega, e eu dou espaço pra isso. Claro que elas veem sinceridade em mim e eu agradeço, mas é que, volta e meia, eu me vejo nelas, só que adolescente, e sei bem como era difícil lidar comigo.

Eu já fiz questão de suprimir meus sentimentos, mas depois de certa idade, vendo os danos internos que eram causados por essa repressão, decidi falar mais, gritar, berrar, brigar, gostar, desgostar e, quando se trata de mim, é tudo muito intenso, mas nada melhor do que falar abertamente.

Hoje eu lido melhor com essa gama de sentimentos dentro de mim, percebo o benefícios que isso me traz. Não perco mais chances facilmente, nem implodo com as palavras que eu não disse e muita gente gosta. Ahh se gostam. Esse meu jeito “novela das oitense” de lidar com meus entrelaçamentos, desperta também o amor e a vontade de falar sobre esse amor que eles têm por mim. Assim como frases tensas são ditas, frases lindas também são: “Eu não sei o que seria da minha vida sem você”, “Eu te amo demais”, “Você faz diferença na minha vida”, “Quando você acorda, o dia fala ‘bom dia’ pra você”, “Eu te acho lindo”... Porque a novela vive desse lado passional.
Às vezes rola um exagerado, mas em que relacionamento não?

Pessoas ajoelhadas, lágrimas, juras de amor eterno, abraços longos... Eu preciso disso? Talvez, mas uma conversa mais direta e menos teatral também resolveria, mais rápido, mais prático e sem plateia.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Carpe diem





A frase “Carpe diem”  me dá nos nervos e sempre me deu medo. Me enerva porque eu não entendo claramente o que seria “aproveitar o dia”; Medo porque eu sempre acho que não to carpe-ando o diem de verdade. 

Será que na minha tarde de estudos, eu to carpe-ando o diem? Será que é viver, fazer sexo madrugada adentro? Será que dizer “eu te amo”, “nunca mais fale comigo”, “não vivo sem você” fazem parte do carpe-ar o diem? Tomar decisões irreversíveis? Tomar banho de chuva?

Dizem que cada pessoa tem um jeito de fazer um dia se tornar proveitoso, mas, se cada um tem um jeito particular de viver seu dia, por que essa cobrança da vida em nos fazer engolir o carpe diem? Partindo desse princípio, eu acredito que todas as formas de aproveitar o dia são válidas. Mas, precisamos lembrar que é preciso ter prioridades. Cuidando dessas, você pode carpe-ar o diem tranquilamente. Porque você tem sonhos a serem realizados, metas a serem alcançadas e, talvez, o “aproveitar o dia” seja apenas curtir os dias de sol, ou fazer aquilo que te deixa em paz consigo mesmo.

O amanhã é tão incerto quanto certo e, aproveitar o dia envolve isso: perder tempo com coisas frívolas, como: brigar com as pessoas que você ama, ir a lugares onde será possível tirar o máximo de divertimento... 

A partir desses pensamentos, cheguei a seguinte conclusão: Vamos imaginar que o mundo vai acabar em uma hora. Você recebe essa notícia e imagina o que fazer durante os minutos finais de vida na Terra. Proponho três opções: estudar sozinho no seu quarto, assistir o desfecho do seu seriado favorito e, por último, passar a última hora com a pessoa que você está apaixonado... Sabiamente, todos escolheriam a última opção; traduzindo, o que rege o verdadeiro “dia aproveitado ao máximo”, é tudo aquilo que nos dá prazer e promove a interação com o outro. Acho que nessa parte os escritores dos livros new age têm razão; pra quê perder tempo com resultados imutáveis?

Curtir o dia ao máximo é necessário, no entanto, precisamos planejar, organizar e manter certos padrões, porque assim como o presente precisa ser vivido, o futuro precisa ser planejado e as prioridades precisam ser respeitadas. A gente não pode acreditar que amanhã tudo vai explodir, pois, assim como pode acontecer, pode não acontecer e nós temos que lidar com o futuro... A não ser que você não se importe em dormir na rua e mendigar seu almoço todos os dias.

Em vista disso…  Carpe diem, but first things first.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Rancor





Rancor formado é difícil de ser quebrado.

Eu sou rancoroso, e por mais que as pessoas digam que isso me mata lentamente, eu não me importo. Não me preocupo em não ser rancoroso. Apenas sou. 

Os lindos positivistas de plantão dizem que é preciso apagar o rancor da nossa memória... Como se fosse fácil... Como se fosse possível.

O rancor está impregnado de más recordações. Ele nos acostuma no seu vil abraço e nos faz pensar, enrubescer; nos coloca de novo na mais humilhante situação e nos faz repensar o nosso perdão.

Será que é possível subtrair o rancor do nosso âmago? Será que dá pra parar de nos punir a cada eco da rejeição? Será que o perdão é realmente verdadeiro?
Se essas perguntas fossem feitas pra mim, a resposta pras três seria: não.
Eu desculpo, eu tento, eu me controlo, mas o rancor fica ali, persistindo, como se fosse uma doença imune a antibióticos.

Mas, no final das contas, talvez o importante seja minha “suposta tentativa de superar”, afinal, quem diz ‘eu te desculpo’, está tentando deixar o caminho mais brando, mais calmo, mais suave.

A parte mais difícil é lidar com os motivos que causaram o rancor reverberizando na sua alma, tanto nos momentos de solidão - quando sua mente voa -, quanto nos momentos onde o causador da dor está ali, presente; ou provocando novos motivos (o que é um clássico decadente), quanto tentando melhorar o que foi dito (o que é um clássico vergonhoso), ou tentando acertar em suas ações  naquele instante, mas, às vezes, acaba piorando tudo.

Eu não sei direito o que fazer, porque vivo dando chances, me quebrando, dando novas chances, ignorando e todo aquele blá blá blá típico do meu eu.

Rancor, no meu caso, não me faz mal. Às vezes eu cismo, brigo e coloco tudo pra fora; às vezes eu deixo ir e dou umas patadas que me são tão peculiares, mas a mágoa fica lá.

Rancor formado é difícil de ser quebrado... em mim.

◇ É passado, mas não esquecido