sexta-feira, 30 de março de 2012

O ladrão de mentes




        
        Dizem que a pior arma que alguém pode usar contra nós, é nossa própria mente. Aproveitando-se de dúvidas e incertezas que ali se escondem.
        Há verdade nisso. Acontece com todo mundo. Tem sempre alguém que sabe como roubar sua mente. Sabe como fazer você parar pra pensar... como tirar a paz que você levou dias pra conseguir...
        A verdade é que esse “poder” faz parte do homem. Essa certeza de que alguém está ali por ele... que tem alguém que está pensando nele.
        É sempre muito difícil de aceitar essa situação quando ela acontece conosco.
Ninguém gosta de se sentir manipulado, controlado, ou como diria um adolescente no fim da puberdade: “um fantoche”.
        Talvez seja uma das minhas paranóias ou inseguranças, mas sinto que existe diversão nisso.
        É quase que involuntário esse comportamento, principalmente se a pessoa não for de muita importância pra nós.
        Sempre que eu sinto que alguém está querendo me afogar em meus receios e suspeitas, eu penso num diálogo de uma série que eu acompanho, a ‘Revenge’:
- “... e tem a Amanda, ela é uma bomba-relógio”
- “Então fique longe da explosão”.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O poder do desprezo


 Já me disseram algumas vezes: “O desprezo atrai”
Que todo mundo precisa ser esnobado pra ser atraído...
Que nunca devemos dar a demonstração exata do que sentimos de verdade por alguém...
Que ser carinhoso excessivamente vai promover seu amor partido...
Que nunca devemos optar por defender e honrar alguém demasiadamente quando se trata de relacionamentos afetivos...

A verdade é que isso não funciona comigo.
Me ignorar nunca fará com que eu caia de amores por alguém.
Eu amo ser bem tratado... Eu amo ser bajulado...
Quando me tratam com indiferença, meu amor desaparece como se nunca tivesse existido... 

As cicatrizes sempre ficam, assim como a experiência e o desejo de não repetir o que passou. Mas, se alguém que eu amo finge que eu sou só mais um... Eu prefiro me afastar, e procurar outros braços pra me abraçar

domingo, 18 de março de 2012

Meu inimigo conquistou alguns dos meus amores



Eu não sei se é insegurança, ou ciúme, ou as duas coisas, mas eu não consigo não ficar com uma pulga atrás da orelha, quando um grande amigo, ou uma pessoa que eu amo, ou as duas coisas, desfrutam de momentos lúdicos com um grande inimigo meu.
Pense se não é estranho: de um lado, alguém que te odeia, fala mal de você, inventa mentiras com seu nome e com o nome das pessoas que você gosta; do outro, alguém que é completamente o oposto.
Aí, eu penso: “Será que meu inimigo fala mal de mim pra essa pessoa? E se ele fala, será que a pessoa me defende, concorda, discorda, fica em silêncio, dá risada? Como ela reage?”
Eu sei que eu tenho que confiar, mas, no mínimo, é uma situação intrigante.
Como eu resolvi não ficar dando espaço as minhas dúvidas, prefiro optar por uma saída mais fácil.
Não, não vá pensando que é tentar afastar meu inimigo do meu amigo - se bem que essa seria uma ideia adorável - eu resolvi confiar.
Pois é, eu sei que é estranho.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Escrevo pra ele, mas não quero resposta



Oi, como vai? Andou sumido (que bom).
Olha só, até te acho bonito, às vezes até inspirador, mas não... Saudades de você, eu não sinto nunca.
É que não dá pra aproveitar sua presença. Você me dá sensação de febre, e ninguém aqui quer sentir isso, certo?
Há quem escreva sobre você, há quem goste de você (Argh!). Eu não. Eu não faço questão de ter sua doce e ridícula companhia.
É que você é sorrateiro, chega como quem não quer nada, tipo aquelas visitas sem aviso aos Domingos:
“Fica pro almoço?!”
“Ahh se não for incomodo...”
E fica pra janta. Se vacilar até dorme.
Pois então, é isso que eu sinto quando você está por perto. Uma ânsia de vômito, um mal-estar daqueles que o aedes aegypti causa.
Eu sinto que você gosta de mim, porque volta e meia você aparece. Seja roubando minhas Segundas-feiras, seja fazendo minhas tardes nubladas se arrastarem, seja me fazendo chegar muitos minutos antes num compromisso.
Não sei mais o que fazer, nem pra quem recorrer.
Acho que vou procurar algum amigo macumbeiro, ou sei lá, a sessão do descarrego, porque é demais.
Acho que eu to ligado na sua... Você é mau. Sim, pois não há momento em que você se aproxime que eu me sinta bem.
Fugir? Já fui pra praias lindas - muito bem acompanhado - e você estava lá (inconveniente).
Beber? Já tomei porres de me comportar de forma promíscua e você estava lá (inconveniente).
Cantar? Quando se trata de você, cantar não espanta os males (inconveniente).
Por sua culpa eu já gastei tempo mergulhando em minhas dúvidas; fiquei com o corpo dolorido de deitar no sofá e até sair pra caminhar, mas nem assim você me deixou.
Acredite: já te confundi com melancolia, depressão, síndrome do isolamento, mas não... Era só você TÉDIO.
Vai ver se eu to na esquina... De alguma rua da China!

Um diálogo com minha consciência



“Todo mundo tem um grande segredo”. Essa é uma máxima universal.
E quando eu ouço alguém dizendo: “Existem coisas que é melhor não investigar... Não saber”, eu penso: “Como assim, eu não posso saber? Por quê?”.
Aí, minha consciência argumenta: “Se uma pessoa te dá amor, te trata bem e te respeita, pra quê saber detalhes sobre sua intimidade?”, e eu: “Ué, como prova disso tudo que eu recebo”, olhando pra mim, ela disse: “Mas não basta ser amado, respeitado e ser bem tratado? É preciso ter uma prova de que isso tudo é real?” ... “Sim?! Não que seja necessária uma investigação, mas, se eu tenho a oportunidade de saber a verdade sobre quem quer que seja, eu... É verdade. Seria muito mais fácil apenas curtir o momento. Seres humanos sempre escolhem o caminho mais difícil. Mas, e se a pessoa dá indícios de que sua confiança é um tanto duvidosa, o que fazer? Viver em paranóia?”
 “Então, aí é que está. Se ela tem atitudes que fazem você desconfiar, esse é um momento pra se perguntar: ‘Será que esse envolvimento vai dar certo?’. Porque pessoas de boa índole não nos deixam pensar besteiras”. E eu disse: “É tarde demais. Minha curiosidade e insegurança superam quase tudo” (risos).
A verdade é que eu tinha a chance de saber o que alguém que pouco fala sobre si, conversa, pensa e age com as outras pessoas, principalmente com as que eu conheço.
Confesso que me senti como aquelas mulheres paranóicas que colocam detetives na cola dos maridos e acabam péssimas com o resultado, mas, ainda assim, achei válido. Depois de ler o que não devia ter lido, meu olhar se abriu.
É muito difícil pra mim, lidar com pessoas impessoais. Eu estou acostumado com gente que fala o que pensa, que não esconde e nem disfarça. Por outro lado - tem sempre “um outro lado” - todo mundo merece ter sua privacidade”.
“Sim, todos merecem se sentir donos de pelo menos uma parcela do seu mundo”, disse minha consciência, querendo me convencer com seus argumentos.
“Uma pergunta: você considera útil  tudo que você leu e descobriu?”
Maldita, me pegou de surpresa.
“Admito, até agora estou me perguntando: o que eu ganho ao conhecer o íntimo ‘alheio’?
O que muda na minha vida? Sinceramente? Acho que eu procuro defeitos em algumas pessoas, pra eu poder ter força, pro caso de eu sofrer um abandono. ”
“Bingo!”, ela gritou, sorrindo, como se meus devaneios fossem inúteis, e continuou: “De fato, isso é só pra satisfazer sua insegurança. Não importa o que você tivesse lido, você leria num tom onde você seria sempre um simples figurante. E outra: vocês têm uma amizade com benefícios, e não um relacionamento digno de tanta sinceridade mútua. Não era isso que você almejava? Relacionamento com liberdade é isso que você tá morrendo”
Com essa frase, me calei e voltei pro mundo real.

sábado, 3 de março de 2012

Meu espaço



Quando eu comecei a escrever pra esse blog, uma única força foi a motivadora de tantos textos: eu não tenho ninguém pra conversar sobre os assuntos que eu posto aqui.
Sim, tenho um ou outro amigo que eu converso e desabafo sem maquiar o assunto, sem eufemismos, sem disfarces. Mas esses tem sua vida, seus propósitos. Eu não acho justo incomodá-los sempre.
Com alguns outros, eu converso, mas não cito nomes, nem como a situação aconteceu mesmo e conversar assim não serve como ajuda.
Eu tenho muitos amigos, mas não é pelo simples fato de gostar de vários deles, que eu vou confiar meus segredos mais íntimos.
E aí, pra onde recorrer? Aos textos que você lê por aqui.
É óbvio que, assim como um desabafo disfarçado, por aqui, eu também me protejo (até porque muita gente lê).
Às vezes, disfarço tanto, que muita gente sai sem saber o que leu.
Esse espaço não é pra ofender ninguém, não é pra alfinetar indivíduos, nem tão pouco fazer alguém se sentir mal. Não, longe disso. Esse é apenas meu espaço. Um lugar onde eu realmente mando. Onde eu escrevo meus pensamentos.
98% dos textos são escritos e postados no mesmo momento.
Eu não peço pra ninguém acessar (até já fiz isso, admito, mas isso é forçar a naturalidade), as pessoas clicam porque querem me conhecer, ou pra se sentirem próximas, ou pra perceberem que não só elas passam por determinadas bads, ou por algum outro motivo que eu nem imagino.
Quando eu fiz meus primeiros posts, esse blog me servia de autoanálise, por isso se chama fábrica de positividades (entendeu agora?).
Lendo as coisas que eu escrevi anos atrás, percebo que muitas coisas mudaram, outras nem tanto, outras não mudaram nada e isso é muito válido pra mim. Aprendo muito.
Se você que está lendo isso, já se ofendeu com algo que eu escrevi, foi pelo simples fato de que lhe serviu a carapuça, mas vai ver que eu nem pensei em você.
Vou continuar com meu blog, seguindo minhas emoções (que são muitas); às vezes boas, às vezes ruins, mas a vida é assim.
Normalmente eu “funciono” sob melancolia, mas escrevo muito quando estou feliz.
Ou, quando estou muito feliz, nem lembro que meu blog existe, por isso fico séculos sem postar e, às vezes, posto quase todos os dias. Inspiração não se força.
Antes, apenas algumas pessoas elogiavam meus textos, depois, muita gente começou a dizer que lia e isso me deixou com os dois pés atrás. Preferi continuar escrevendo, sem me importar com a quantidade de pessoas que lêem. Fica mais espontâneo, natural...
Agradeço as visitas e leituras.
Leiam sem julgamentos, sem apontar dedos e tudo será menos drástico/dramático do que você imagina.
Beijo.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Tudo que eu queria




Eu queria ter uma banda de rock... Não, eu queria ter duas bandas de rock
Eu queria ter um relacionamento sem compromissos
Eu queria estar me graduando em algum curso superior
Eu queria ter dinheiro suficiente pra eu poder me divertir sempre
Eu queria viajar: praias, rios, fazendas, grandes metrópoles...
Eu queria ser saudável
Eu queria ter uma família que me tratasse bem e me respeitasse
Eu queria saber cantar, tocar violão e algum instrumento de percussão
Eu queria ser popular; conhecer pessoas de diversas tribos
Eu queria ter vááários amigos
Eu queria ter um estilo ao me vestir
Eu queria trabalhar num projeto social
Eu queria achar lindo os dias de sol, ter olhos pra contemplar os dias de chuva
Eu queria ter carinho das pessoas que eu conheço
Eu queria compor, ter minhas próprias músicas
Eu queria ser convidado pras festas mais divertidas
Eu queria que as pessoas sentissem minha falta quando eu me afastasse
Eu queria ser inteligente: ler, escrever, ter minha opinião sobre diversos assuntos
Eu queria ter fé!
Eu queria dividir sonhos
Eu queria ir a grandes shows, por exemplo: Alanis Morissette, Stone Temple Pilots, Faith no more, Alice in chains...
Eu queria ter atenção!
Eu queria ser relevante na vida das pessoas que me cercam
Eu ... Eu tenho TUDO isso, mas ainda consigo achar um espaço pra me sentir triste.
E eu que sempre achei a vida muito injusta, descobri que eu tenho sido injusto com a vida.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Gandhi? Sim, um livro de citações, por favor



Eu superestimo meus amigos
Eu sorrio, mesmo que não seja, de verdade, minha maior vontade
Eu abraço, eu beijo, eu elogio, eu desejo a paz mundial
Se você me ligar às três da manhã, só porque sua namorada disse que você não é mais a mesma na cama, a gente conversa
Eu peço desculpas, mesmo achando que eu tenho razão
Eu construo relações duradouras. Tento consertar relações que ficaram  frágeis
Eu cumprimento todo mundo que eu conheço
Eu sou honesto com quem já mentiu pra mim
Eu desculpo
Eu entendo
Eu compreendo
Eu tenho meus péssimos momentos, mas nunca desconto em ninguém
Eu sou do bem - até pratico autosabotagem pra ajudar alguém
Peraí!
E eu, como fico?
A quem eu to enganando? Eu não sou nenhum Mahatma Gandhi

◇ É passado, mas não esquecido