quarta-feira, 27 de maio de 2015

"Ninguém me entende"



“Ninguém me entende”. Essa frase já percorreu mais lugares do que sua mente pode imaginar, já, inclusive, virou cliché da moda Emo. Mas, há uma verdade escrota nessa frase. Quer dizer... Uma verdade gigantesca... Uma verdade colossal.

Ninguém me entende, porque o outro não sou eu.  Eles NUNCA vão sequer imaginar o que se passa, nem de longe, pela sua mente; são muitas histórias, detalhes, músicas, despedidas, risos...


Passando pelas minhas últimas bads, eu resolvi falar para mais pessoas que o comum (normalmente falo para poucas, ou falo pouco), mas ninguém teve a reação que eu esperava exceto quem passava exatamente pela mesma coisa.

Falar sobre os seus problemas só é bom no sentido terapêutico, mas, hoje, eu nunca espero que o outro me entenda. Ninguém pode me entender.

E isso, eu nem falo só em relação às desventuras dramáticas do meu ser, eu falo sobre as felicidades, conquistas...

O que pode ter sido muito difícil de ser alcançado por você, pode ter sido um pulo pro outro.

Algumas pessoas mais inteligentes e sensatas, ao menos dizem: “Olha, eu sei que nem posso imaginar o que você tá passando e, imagino que seja difícil, mas, se precisar, eu estou aqui.” No fim das contas é isso que nós queremos ouvir. Nem queremos a cara de piedade, muito menos a cara de “velho, que foda isso!”; tampouco queremos a cara de “boto fé” ou mesmo de paisagem e, ainda tem os mais imbecis que riem, achando que... sei lá o que se passa na mente de gente dessa laia.

De toda forma eu recomendo falar, mas recomendo que seja só pra um desabafo justo e não esperando que as pessoas entendam o que se passa nos escombros dos seus problemas. Ninguém vai te entender. Ninguém me entende

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Pensamento positivo



O pensamento positivo tem um poder tão impressionante, tão forte, tão... tão foda, que eu tenho medo de usá-lo o tempo todo para não gastar (risos). Mas esse poder não é, com efeito, sobre nossas ações, e sim, sobre nossa saúde.


Assim, quando uma tragédia tem que acontecer, ela vai acontecer, sem explicações, sem avisar, sem nos dar, muitas vezes, tempo de pensar se a gente foge ou luta; mas, se nós vivermos com medo do que pode acontecer, sofrermos pelas coisas que já aconteceram, com certeza o mais provável é entrarmos numa espiral de dores que só danificarão a nós mesmos.
Quando eu lia ou ouvia algo do tipo: “Pense positivo! ”, eu pensava logo: como eu vou pensar positivo diante de tal acontecimento tão catastrófico? Mas a questão aí é ter sua reação, pensar nas pessoas que você ama e se achar foda, pra não ficar imóvel, inerte, apenas se lamentando.
Eu não sou a favor de pensar positivo custe o que custar, porque tem hora que a fossa é confortável e, pelo menos pro meu eu artista, é até fundamental (ainda não aprendi a escrever em momentos de euforia, amor, paz e afins – infelizmente... ou não). Tudo que determina como sua vida segue é o tempo que você passa  estando em determinado estado.
Meu Dr. disse uma vez, citando um amigo seu, a seguinte frase: “Pensar no futuro demais é ansiedade; pensar no passado demais é depressão”; ou seja, não HÁ COMO NÃO PENSAR no que é possível acontecer, nem esquecer tudo que passou (só se tivéssemos memória de peixe), então, recomendo ativar o gatilho quando isso acontecer. É o seguinte: quando você estiver pensando, pensando, pensando... e perceber que aquilo não vai ajudar em nada, não vai mudar nada, não vai fazer bem algum, de forma alguma, desenvolva uma palavra, um gesto, algo que te faça mudar de frequência, tipo um “CHEGA! ”. Sei lá, aí é com você. Isso é recomendado pelos terapeutas, de verdade, e funciona... muitas vezes. Podemos até dar uma “curtida” na fossa, mas nada de nos acomodarmos por lá.
Se prepare! Seja forte! Se não aguentar toma remédio. Besteira. Pior é quem se apega a coisas mais destrutivas.
A pessoa querida que está hospitalizada está melhor, eu também estou melhor; to aqui superando, devagar, porque sei que é assim que funciona.
Agora deixa eu ir aqui tentar fazer o que eu aconselhei aqui no texto

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Reaja



 Certa vez, numa dessas palestras de autoajuda numa reunião do meu trabalho
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Antes de continuar, quero deixar claro que eu detestava autoajuda, mas hoje, não tanto. Eu só acho que eles deveriam dizer que “o mundo é cruel, escroto, você vai se foder pra caralho, mas não é por isso que você tem que entrar na bad, tentar se matar e afins, já que não é o único a sofrer os males do mundo”, e não dizer que VOCÊ TEM PORQUE TEM que ver flores no inferno
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a psicóloga que ministrava a coisa, trouxe um texto  chamado 90/10 de Steven Covey.

Eu logo trouxe minha atenção de Marte diretamente pra Terra (ah, vai dizer que você gosta reuniões) e fixei meu olhar, achando que era algo inovador da psicologia, e como eu amo psicologia, então...
Mas, pra minha decepção, a teoria era mais ou menos a seguinte:
Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa com você.
Olha que estupidez! Quer dizer que dez por cento são as coisas que acontecem a despeito de nós e noventa é só a nossa reação ao objeto das nossas lamúrias?


Ahhhh váááá! Quer dizer que tudo acontece de acordo como nós reagimos? Eu poderia citar uma lista gigantesca de coisas que acontecem que estão fora do nosso controle e a gente, querendo ou não, cai no chão de tanta dor. Quem viveu, fez sua listinha imaginária aí que eu sei.

Pois bem, enquanto meu irmão via Modern Family, uma cena me fez mudar de rumos em relação a me cobrar a não reação. Um dos lindos do casal gay sofreu uma decepção e, enquanto o outro tentava controlar o choro do seu parceiro, ele disse: “RICHARD, EU POSSO TER MINHA REAÇÃO?”
Pronto! Era isso que eu precisava ouvir. 

Eu acho que tentar domar as reações é muito prejudicial. Causa mais dor, ansiedade, sofrimento... Nós temos que ter nossas reações.
Acabou o relacionamento? Chore, desague, sofra, ouça Evanescence...
Perdeu o emprego? Beba, corra, grite, poste ódio no Facebook...
Normal! Agora, eu acho que o importante é ter sua reação, fazer o que tiver de fazer, mas uma hora diga “basta!”.

Curta sua fossa, às vezes é legal, mas não precisa se jogar e ficar nela pra sempre. Gritar é bom, bater é bom, liberar as emoções é bom, mas uma hora retome as rédeas, respire e se mova.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Abstinência



Abstinência... A privação de algo, normalmente forçada. Quando o corpo e a mente reagem de forma bruta à difícil falta de algo.

A abstinência pode ser cruel, principalmente se a abstinência de algo é irrecuperável ou distante.
Como se resolve a dura abstinência? Ministrando a droga (ou a coisa) que por falta deflagrou essa doída batalha, que existe única e exclusivamente entre você e você. O problema é que esse (vou me referir aos objetos da abstinência como bug – me referindo ao bug do milênio, a pane nos aparelhos eletrônicos entre 1999 e 2000) bug nem sempre é alcançável. 

Ahh, se o contrário fosse seria um paraíso. Já pensou? Abstinência de uma pessoa que está a milhas e milhas de você... Como fazer esses quilômetros sumirem em segundos? Lide com sua abstinência.
A abstinência de uma sensação da adolescência, sendo que você está na sua crise de meia idade – ainda mais se a abstinência for de adrenalina. Huuum... so prejucial para sua idade.

Tem a abstinência de comida (muito comum nos dias de hoje). Se você for diabético e tiver vontade de tomar um saboroso milk shake de chocolate com pedaços da Danúbio Azul, você não vai arriscar sua vida, seus olhos e suas pernas, por conta de três minutos de prazer, vai?

No momento eu sinto uma abstinência e os meus bugs são: remédio pra ansiedade e um dos meus amores citado dois textos atrás.
Faz parte do tratamento pra ansiedade me livrar dos medicamentos e viver minha vida como antes. Quer dizer, não exatamente como antes, porque essas fase me fez amadurecer, tipo, milhares de anos, pelo menos é o que eu acho, é o que está sendo refletido nas minhas relações. A sensação de poder domar meus impulsos tem sido gratificante. 


 O sintoma da minha abstinência consiste em pequenos choques pelo meu corpo (louco isso, né?). Sabe quando você está dormindo e acorda num susto? Sabe aquela sensação? Então, eu sinto isso, só que numa menor intensidade e acordado. No começo era freak, mas agora eu consigo administrar bem, porque sei que venci etapas, de longe, mais complexas. Eu digo que eu tive que aprender a ser um “eu melhor” como eu não consegui a vida toda em poucos meses. Tá funcionando. Eu pondero (Pondera s2 entendedores entenderão), eu respiro, penso algumas vezes; alongo meu pescoço, tomo um chá, cuido de mim; uso meus poderes para o bem (isso no que diz respeito a ajudar o próximo); não fantasio o dia todo (fantasiar um pouco é normal e legal rs), não julgo o todo por um só, procuro a fonte das coisas que eu sinto, pra que eu não fique preso a um padrão...

Meu outro bug é a pessoa que eu mencionei posts atrás, que está doente no hospital e eu espero DE TODA MINHA ALMA E CORAÇÃO que o desfecho dessa história seja lindo, como sempre foi só que as nuvens carregadas de más experiências acinzentaram meu céu por tantas vezes consecutivas, que eu nem me lembro de quando discerni perfeitamente ou os pensamentos foram só resultados do mencionado.

Bom, pros meus dois bugs não há um fim que não seja a esperança de um resultado melhor (claro, com toda a ação envolvida possível, porque só pensamento positivo não ajuda nem monge). Eu tenho que pensar que ele vai melhorar, que sua doença tem cura e eu não vou perdê-lo, não assim; e eu tenho que acreditar que minha vida vai continuar linda daqui pra frente, óbvio que estando pronto pros dilemas e confusões que surgem ao acaso, mas dessa vez sem a serotonina artificial.

Sabe aquela canção que diz: “e essa abstinência uma hora vai passar...”? Então, eu confio na intuição e maturidade da autora e fico aqui... esperando passar.

◇ É passado, mas não esquecido