domingo, 21 de dezembro de 2014

Viciado em estar bem



Nem conto pra vocês as coisas que se passaram nesses dias de reclusão (do blog). Foram períodos complexos, cheios de raiva e angústia, mas a luta contra esses dias tiveram a paz interior e o bem-estar tão desejados por mim – e por todos – como resultado.

Mudei por fora, por dentro; de cima pra baixo, de um lado pro outro; bloqueei, subtraí, vivi, briguei, namorei... – pausa dramática - *tambores rufando* (fogos de artifício) – outra pausa dramática – Nunca achei que eu fosse escrever isso por aqui... anyway... Não quero contar minha “saga da mudança”, porque isso ainda precisa ser bem guardado – e pode ser assunto posteriormente.

É super cliché, mas o melhor amor de todos é o próprio (eu disse que era cliché), mas é verdade. Não adianta buscar no outro, aquilo que nem você reconhece em si. Depois de muitos chás, meditações, crises, risos e descobertas sobre mim, eu acabei percebendo, finalmente, que o importante é o meu eu, minha alma.

Claro, ser egoísta não é uma saída e nós devemos fugir de tal comportamento, mas seja egoísta por um determinado tempo, cuide apenas de si, olhe apenas pra dentro de você... mas cuidado pra não viciar. Sabe como são as coisas agradáveis, né? (risos).

domingo, 12 de outubro de 2014

Sincericídio 2






Na lista que eu mencionei no post anterior, um dos itens que eu mais tive que exercer a paciência e o autocontrole foi o “sinceridade em forma de piada com o outro”.

Sinceridade é uma coisa boa? É. Falar na cara é melhor do que falar pelas costas? Sim! Mas existe um limite entre ser sincero e cruel. Eu já falei por aqui sobre isso, mas o objeto de reflexão não era eu, eram meus próximos.

Pois é. Exagerei! Fui muito longe. Eu cheguei num ponto de dizer coisas que o outro não queria ouvir. A ponto de dizer e ficar embaraçado dois segundos após o que foi dito. Sabe aquele traço na sua personalidade que até você tenta fugir? Então, eu tava jogando na cara dos outros esse tipo de palavras. Cruel, né? Ainda mais que era “do nada”. Não era algo no meio de uma discussão ou disputa de egos, era como se fosse um cumprimento.

Quem pensar que é exagero da minha parte, não sabe o que tá pensando. E tinha outra coisa: as minhas abordagens.

Normalmente as minhas abordagens eram sempre na base da ludicidade/camaradagem/constrangimento (Sim, eu sei que as três palavras juntas ficaram estranhas, mas o texto é meu. Beijos). Daí, todo mundo que se aproxima, sabendo que eu sou “feliz” assim e que agindo dessa forma está me agradando, acaba por não entender que eu mudei, ou que nem sempre eu to afim de entrar numa dança de farpas.
Eu resolvi me controlar a respeito disso, porque eu não quero dar razão ao Paulo Freire e me tornar aquilo que eu mais detesto: “um oprimido que virou opressor”.

Em vista disso, cá estou eu, com mais uma novidade em mim.


Ps : mas não achem que eu to bonzinho, eu apenas uso meus poderes quando eu quero.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Muito sal




Depois de acabar com os meus hábitos nocivos – falando da parte “física”: cigarro, bebida, sedentarismo... – eu comecei a fazer uma autoanalise pra mudar o meu jeito de lidar com o outro.

Numa grande lista que eu fiz mentalmente, um dos itens foi: “parar de investir na relações onde eu não tinha uma boa resposta”. Ok, eu explico.
Eu gosto de gente. Eu gosto de me relacionar com pessoas. Só que eu não havia percebido (ou percebi, mas só resolvi aceitar agora) que eu investia muito (gentileza, cordialidade, apreço, amizade...) com várias pessoas, mas na hora em que as coisas ficavam difíceis, eu acabava recorrendo aos antigos, mesmos, os de sempre (e olhe lá, porque esses também são ótimos na arte de sumir).

Eu desperdiçava muuuuita energia nessa história de me unir, me ligar, criar laços. Acredito que era quase uma compulsão. Sério. Quando mais difícil a pessoa, mas eu queria chegar nela. Consegui? Ok, era massa, mas eu queria mais (nossa, me senti um usuário de crack, só que usuário de gente, o que é pior... não?).

Portanto, eu resolvi começar a prestar atenção nas minhas atitudes com alguns próximos (ou naqueles em que eu buscava satisfazer meu vício). Eu comecei a observar com quais pessoas eu tentava uma aproximação, mas era repelido, enrolado, “adiado”; depois observei com quais pessoas eu sempre começava um diálogo (Exagero? Vocês não viram nada!!!); pessoas que eu dava, contribuía e me esforçava pra manter bem, seguro, em paz, mas era só eu (por favor, não riam... a coisa é séria); pessoas que eu me preocupava, perguntava sobre sua saúde, queria bem... ok, eles também me queriam bem, mas cagavam pra mim quando era preciso mostrar “serviço”.

Como diz o velho ditado: “a gente só conhece alguém quando come muito sal junto”. Verdade? Não sei. Mas estou “usando” minha simpatia, empatia e altruísmo com aqueles que fazem o mesmo e, acreditem, estou muuuuuito bem assim. Obrigado.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

No more bestie





Naquele velho caminho dúbio que eu vivo, existe um que me deixa tomando uma sopa de dúvidas e eu acho que essa seria uma boa questão para trabalhar em mim.

Até quando um  pedido de desculpas anula um tapa na cara? A partir de que momento um curativo feito pelo agressor anula um corte que levou 15 pontos? Pelo fato de eu ajudar a construir uma casa, eu posso cuspir no chão dela?
Sendo bem claro: até quando uma merda anula um favor prestado? Até que ponto eu devo perdoar “porque fulano já me ajudou muito”?
Compreendeu?

Ele me ajudou. Ok. Ele estava nos momentos em que eu mais precisei. Ok. Ele fez questão de assistir meu primeiro show solo (Contei não? Então, to cantando com banda de novo, mas deixa eu voltar pro foco do post). Ele é meu amigo? Há controvérsias... Uma vez que ele cagou tudo.
É isso! No Tiro de Guerra (Sim, eu servi. Acho que nunca contei, então mais uma “novidade”) o Sargento disse uma vez: “Atiradores, não adianta ser perfeito em tudo, depois “cagar” no final”(Primeiro, eu nunca achei que eu fosse citar o Sargento; segundo, nunca achei que a palavra “cagar” me levasse a certas analogias... Enfim...).

Acho que é justamente isso: não adianta ser O foda, A mais diplomática das amigas, O cara mais legal do mundo ever e, como quem não quer nada, começar a agir com certos vícios que todos condenam. E pior, eu condeno. E pior, o outro sabe que me ofende.

Acredito que o mais correto seja agir normalmente. Como eu sou muito “tenho que decidir logo”, às vezes eu penso muito no que fazer, entro em modo “autodestrutivo” e acabo nem colocando em prática o que eu pensei como um fim pro problema e a outra pessoa fica lá... de boa... enquanto eu fico fazendo a linha “difícil de ser alcançado”.

Sabe de uma? Vou ficar na minha. Vou deixar as coisas acontecerem. Vou ficar no meu canto, confortável e macio. Se eu perdoar e voltar a ser seu bestie , massa, senão, eu fico como eu sempre fiquei na minha vida... deslocando dúvidas.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Você tem que saber o que você quer"





“Você tem que saber o que você quer”. Você já ouviu isso? Eu já. Vááárias vezes. Você nunca? Então você sabe o que é ser feliz (risos).
Se você está expondo suas dúvidas de forma calma (ou não) num diálogo com um amigo seu, sobre um relacionamento que você não quer mais estar, ele diz: “Você tem que saber o que você quer”.
Se é na escolha de um curso pra prestar o vestibular, seu amigo, pai, mãe, avó, podem dizer, caso uma dúvida (MUITO COMUM) como essa sair do seu cérebro para os seus lábios: “Você tem que saber o que você quer”.
Se você quer patinar, depois quer lutar karatê, depois decide que fazer aulas de street dance, alguém certamente vai dizer: “Você tem que saber o que você quer”.
Já reparou como dificilmente (quase nunca) aparece alguém pra nos dizer “faça tudo”.
- Eu quero ficar com A, mas gosto de B.
- Fica com os A e B.
- Eu gosto de História, mas quero fazer Psicologia
- Faça os dois cursos
- Eu gosto de artes marciais, mas também gosto de dançar
- Dance e lute.

NÃO! De forma alguma. Pra quê facilitar as coisas e nos livrar dos malefícios da dúvida? Nada disso. “Você tem que saber o que você quer” é uma frase tão impressa em nossa mente, que até no inconsciente ela habita e, sem perceber, acabamos nos projetando no caminho de uma só direção.

Espero que você esteja entendo o que eu quero dizer. Não to querendo ser puto, ou volúvel, ou sei lá  o quê, apenas to dizendo que acho essa frase muito imperativa, muito “mandona”. Tipo: “Vá! Decida logo! Faça! Aconteça!” e eu não acho que tem que ser necessariamente assim. 

Eu tenho todo o direito de ter duvidas, de questionar, de parar num caminho ambívio, numa encruzilhada e pensar... pensar... pensar... Tá bom. Eu sei. Eu preciso saber o que eu quero, mas nada de pressão.

◇ É passado, mas não esquecido