segunda-feira, 28 de maio de 2012

Passado



Li certa vez em algum lugar, que aqueles que não esquecem o passado estão condenados a revivê-lo. Entendi que, o primeiro passo pra ter uma vida nova é apagando o passado. 

Apagar o passado, literalmente, é uma tarefa impossível, pelo menos pra nós pobres mortais. Mas, há uma maneira de tentar não se perder e reviver tudo de novo: certificando-se do que deixa você bem e quais são as possíveis histórias que você é capaz de escrever.

Muitas vezes ficamos presos a sentimentos que não são agradáveis nem de longe, mas ficamos. Ficamos pelo conforto. Ficamos pela acomodação. Ficamos pelo medo.
Sabe como é, né? Mudanças são tão necessárias quanto amedrontadoras. Aí, voltamos a fazer tudo que faríamos em determinada época.

A mudança aterroriza. Você não sabe se o novo terreno é seguro. Você não sabe quais as consequências de suas novas atitudes; ou seja, é medo pra dar e vender.

Quando você resolver “apagar” o passado, você precisa estar determinado, pra não dar voltas em círculos, nem fazer as mesmas coisas de outra forma. Porque tudo é uma questão de não se repetir. Não deixe seu passado estragar seu futuro.

Quando o passado bater na sua porta, não abra. Trate-o como aqueles vendedores ambulantes que só aparecem ao meio-dia. Fique em silêncio, refletindo e deixe-o ir. E não se sinta culpado, ele não tem pena de você.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Estragos, mentiras e brilhos no escuro



Francis Bacon disse uma vez: “O que faz mal não é a mentira que passa pela mente, mas a que nela mergulha e se firma." A verdade que há nisso voa com as asas abertas da decepção.

Quando descobrimos que uma mentira sempre existiu naquilo que admirávamos como verdade, a tristeza corta profundamente, sem perspectivas de cicatrização.

A forma como nós chegamos à verdade sobre alguém ou alguma situação conta muito, principalmente se você não espera que todas aquelas desilusões batam na sua porta.

Existem vários caminhos onde você pode encontrar conforto, mas as histórias que passam como filmes na sua cabeça são impossíveis de se livrar.

Se você vai conseguir passar por isso, apenas o tempo dirá.
Enquanto isso, o autoflagelo é a única coisa que vai embaçar sua percepção.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mascara




Viver tentando se proteger com máscaras é uma tarefa cruel, principalmente se você se acostuma a usar essas máscaras. Enquanto se concretiza essa personalidade forjada a trancos e barrancos que você se esforçou pra construir, pessoas se afastam de você, pessoas tiram conclusões falsas...
O que importa, na verdade, não é como estão te vendo, pois não importa o que você faça, diga ou tente: sempre vão tirar uma conclusão sobre você, de acordo com o dono do olhar, no entanto, não é benigno pro seu “eu” criar uma imagem pra ter respeito e medo.
Durante muito tempo em minha vida, eu passei por situações que me fizeram perceber qual o tipo de pessoa o outro mais teme, acabei por criar um casulo e me tranquei nele, a fim de afastar os outros e me proteger... O tiro saiu pela culatra. Acabou que o verdadeiro “eu” foi suprimido e só vem à tona quando algo o força a vir, como o álcool por exemplo.
Óbvio que eu não sou o poço da bondade, nem quero vender “o bom moço que ajuda os idosos a atravessar a rua”, sou ruim, bom, vil, puritano, promíscuo, chato e tudo mais, como todo ser humano, mas cansei da ênfase no “eu ruim”. É que é mais fácil lidar com esse, do que com o romântico. Enfim... Cansei.
E tudo na vida é uma questão de prática, não a prática para acabar com o seu lado bad, mas, pelo menos, fazer com que seu lado benevolente se mantenha na superfície que tem que ser mantido. Não dizendo o que não queria dizer pra assustar ou guardando suas lágrimas pro travesseiro. E quem sabe esse misto de pureza, verdade e maldade não façam da nossa personalidade a mais peculiar de todas. Dizem que todos somos únicos, assim como todos os outros, então, que eu seja, a partir desse texto, o melhor de mim.

ps: e assim como todo bom vilão, eu caio dizendo: “Eu voltarei!” (Incluam risada maléfica).

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Porque a vítima é sempre você




Eurípedes disse: “Sedes felizes; os amigos desaparecem quando somos infelizes”.

Nenhum ser humano está livre de escapar da dominação da tristeza. O grande problema pra maioria dos que vivem nesse estado e que querem ser notados e compreendidos, é o abuso dessa abordagem.
Estar triste e expor isso de forma abusiva causa, ao invés de um olhar terno do outro, uma repulsa.

O que sempre acontece é não entender o que está sentindo. Melancolia é diferente de tédio dominical. Ódio é diferente de tristeza.
Às vezes ficamos tão presos as ideias de estarmos sentindo algo que, quando o que sentimos passa, nem percebemos que passou.

Conversar alivia, mas há um limite entre um desabafo triste com um amigo e a exagerada necessidade de ser tratado com um objeto frágil. Levando em conta que nenhum amor é incondicional, exigir que nossos próximos aceitem nossas crises de autodestruição sempre, é pedir muito a quem apenas está ao seu lado porque quer, não por obrigação.
De vez em quando é bom se aposentar do papel de vítima. É bom tomar as rédeas da situação. Escrever, ao invés de incomodar os que estão perto de você. Cantar, caminhar... Fazer uma auto-analise e ver se o que você sente é mesmo esse sentimento esmagador.
Se os caminhos que você seguiu pra tentar afastar a dor permanecerem, então escolha um amigo de confiança e chore à vontade.
Conselho? Não abuse.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O oportunismo está no ar



 É engraçado como o amor fracassado nos faz mergulhar no mais profundo abismo, enquanto o ser amado, do outro lado, acha que as coisas que você sente são simplesmente “admiráveis”.

Brincam com o que há de mais puro em você, fazem você escrever textos ridículos como esse, na esperança de que alguém leia e... Sei lá ... Dê risada.
O relacionamento correspondido apenas com sexo e oportunismo nunca vai gerar amor. Se enganam aqueles que pensam, que imaginam, que fantasiam...
E algumas pessoas são assim, se você demonstra o que sente fielmente, mas passa longe do que elas almejam como “dividir tudo”, vai haver apenas um aproveitamento da sua lealdade por ela. Elas te ignoram até o momento em que elas precisam das coisas que você pode oferecer, então o telefone toca, a janelinha laranja pisca... E tem aquelas mais cara-de-pau... As que batem na sua porta como se você fosse praticamente obrigado a servi-las. 

Depois de um tempo, quando – e se por acaso – elas estiverem na lama, livres pra “qualquer um”, aí elas tomam uma boa dose de vodka, olham pro seu número várias vezes, só pra ter certeza de que estão fazendo alguma merda; discam – às vezes chegam a desistir – e tentam de novo.
Na mais suave das hipóteses, elas fazem pequenas declarações de afeto, na esperança de manter você sempre por perto pra certas "eventualidades".

Esse tipo de gente poderia ser lido como os mais desprezíveis, se não fosse comum na maior parte dos seres humanos: o desprezo pelas pessoas que te amam, mas que não existe reciprocidade.
Eu sei o que essas pessoas pensam. Eu sei como elas agem. Eu sei sempre o que vai vir, porque eu sou uma delas.

◇ É passado, mas não esquecido