domingo, 17 de maio de 2015

Foda




Eu me acho foda. Eu sou foda. Eu tenho diversos talentos, sou bonito, tenho senso de humor e sou extremamente altruísta; me empenho em causas sociais, tento incluir os segregados, olho sempre pelo lado do outro e dou a devida atenção as pessoas que eu amo. Ok, fora esse reconhecimento do meu lado lindo de ser, eu admito que sou foda não pelas coisas que eu descrevi acima, já que talentos podem ser aprendidos, beleza é uma questão de gosto, meu humor às vezes é extremamente ácido, meu altruísmo tem limite; qualquer pessoa pode ajudar o próximo; às vezes incluir os excluídos não é bom já que eles são arredios por conta da exclusão e, às vezes, sobra pra mim; nem sempre eu olho pelo olhar do outro e amo muita gente pra dar atenção a todos. O que me faz achar “ser foda” é que eu tenho uma ligação forte com o autocontrole e a resiliência.

Eu me seguro quando sei que aquele hábito vai me fazer mal, eu procuro entender de onde surgem meus dilemas, eu deixo de fazer, de um dia pro outro, uma coisa que eu fazia diariamente e, diversas vezes, não sinto a menor falta.
Mas, chegou um momento na minha vida em que a resiliência TEM PORQUE TEM que se fazer presente. Chegou o momento em que eu PRECISO da força que todo mundo vê e admira em mim e que eu mesmo já cheguei a pensar: 'cara, eu sou muito forte.'

Vocês sabem que a vida não alivia. Ela não quer saber se você já tá merda, ela sempre arruma um jeitinho pra fazer as coisas descerem ladeira abaixo. Mas, eu sou foda. Eu crio um foco fora do comum, eu não abaixo a cabeça; eu escrevo, leio, medito, toco, respiro e tento de toda forma superar o problema que surgiu ali. 

É claro que nem sempre as coisas saem como planejado; que a vida acontece a despeito de nós, mas pelo menos eu tento, tento, tento... quando eu não consigo eu tomo um remédio e tento, tento e tento.

Eu sou foda, e o fato de eu reconhecer isso me faz mais foda ainda, mas agora eu preciso ainda mais dessa força motivadora que surge quando eu menos espero, desse ímpeto pela mudança benéfica de quem eu sou (sem perder a mim, é claro). Eu preciso de muita força, de muita fé, de muita resiliência; e muito embora o apoio do outro seja de fundamental importância, acredito eu que essa fodice, essa bravura e jeito combativo, venha, sem dúvidas, bravamente... de dentro de mim.

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◇ É passado, mas não esquecido