quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fadiga





Um comunicólogo disse certa vez: “Vamos evitar a fadiga da imagem”. Ele estava falando sobre não assistir imagens registradas, enquanto ainda gravávamos, mas enquanto gravar clipes ainda não faz parte frequente da minha vida, vou trazer a frase pro meu lado passional. 

De certo que é ótimo estar do lado de quem nós amamos. É claro que, quanto mais nós conhecemos alguém, mais dá vontade de conhecê-la, de nos aproximar e entender seu interior, mas a demasia de sua companhia pode fazer um efeito completamente oposto ao esperado.

Eu sempre amei os “começos”. Seja de um relacionamento ou um projeto, é tudo muito mais empolgante quando se dá o start. Mas nossa sede de querer sempre mais, mais e mais, acaba nos colocando no meio do exagero do apego. É que os filósofos, poetas e companhia ilimitada sempre nos empurra pra frase: “Aproveite o seu dia como se fosse o último”. Eu não discordo. Acho que devemos aproveitar mesmo. Entretanto, assim como hoje pode ser nosso último dia aqui (na Terra), pode não ser. Daí, você acaba vendo a pessoa o tempo inteiro, inunda-a de convites, aceitas todos os convites que ela faz; sai, volta, sobe e desce ao lado dela, e o que acontece é a grande aproximação, mas os defeitos, manias e cismas também vêm junto com o bônus da sua companhia.

Em vista disso, é possível considerar que o reencontro após um tempo de afastamento é ótimo. Vamos viver nosso dia como o último, mas sempre pensando no possível amanhã. 

Amar alguém é ótimo, mas você e seu ‘alguém’ também precisam ter o seu espaço livre pra respirar o ar de outras companhias.

Nenhum comentário:

◇ É passado, mas não esquecido