quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Friendship



E pela primeira vez, eu apaguei um texto da fábrica. O título era: ‘Melhores amigos só os imaginários’. Nesse texto, eu dissertava em torno da frase do Blaise Pascal: “Poucas amizades subsistiriam se cada um soubesse aquilo que o amigo diz de si nas suas costas”.

Ao escrever sobre isso, assim que eu postei, não me senti confortável, daí fui fazer um olhar interno e descobri que existem amigos aos quais eu nunca teci um comentário ruim. Amigos que fizeram a frase clássica do Sartre perder o sentido: “O inferno é o outro”. Amigos que já me tiraram da fossa; que fizeram uma aula chata passar em dois segundos; que fizeram uma noite fail ser muito bem sucedida. Amigos que eu me identifico a tal ponto, que não consigo ficar com raiva, mesmo quando eles aprontam. Amigos que eu quase não encontro, mas quando encontro, conversamos por horas, mas ainda sobra assunto para um próximo reencontro. Amigos que dão espaço pras besteiras que eu falo. Amigos chatos, briguentos, doentes e sem noção... Portanto, fiz aquilo que a internet me permite: apaguei uma coisa da qual eu me arrependi de ter feito.
Não considero inútil o texto apagado, mas aquele não era eu de verdade, eu estava sendo guiado por uma emoção momentânea, por uma pessoa específica, e não por um conjunto de experiências que eu tive durante todos esses anos.

Existem melhores amigos? Sim. Existem pessoas que nunca te fizeram sentir pequeno ou diferente? Sim.  Elas podem te machucar um dia? Sim, são seres humanos. Mas acho que amigos não foram feitos para serem colecionados, nós os amamos e pronto. Rotulá-los como produtos, aí eu já acho dispensável.

Alguns dos meus amigos são como flores num jardim, mas que isso fique entre você e eu.

 De vez em quando eu vou olhar a vida por outro ângulo, pois, de lá, talvez, apareça algo novo que me surpreenda.

Nenhum comentário:

◇ É passado, mas não esquecido