segunda-feira, 5 de março de 2012

Escrevo pra ele, mas não quero resposta



Oi, como vai? Andou sumido (que bom).
Olha só, até te acho bonito, às vezes até inspirador, mas não... Saudades de você, eu não sinto nunca.
É que não dá pra aproveitar sua presença. Você me dá sensação de febre, e ninguém aqui quer sentir isso, certo?
Há quem escreva sobre você, há quem goste de você (Argh!). Eu não. Eu não faço questão de ter sua doce e ridícula companhia.
É que você é sorrateiro, chega como quem não quer nada, tipo aquelas visitas sem aviso aos Domingos:
“Fica pro almoço?!”
“Ahh se não for incomodo...”
E fica pra janta. Se vacilar até dorme.
Pois então, é isso que eu sinto quando você está por perto. Uma ânsia de vômito, um mal-estar daqueles que o aedes aegypti causa.
Eu sinto que você gosta de mim, porque volta e meia você aparece. Seja roubando minhas Segundas-feiras, seja fazendo minhas tardes nubladas se arrastarem, seja me fazendo chegar muitos minutos antes num compromisso.
Não sei mais o que fazer, nem pra quem recorrer.
Acho que vou procurar algum amigo macumbeiro, ou sei lá, a sessão do descarrego, porque é demais.
Acho que eu to ligado na sua... Você é mau. Sim, pois não há momento em que você se aproxime que eu me sinta bem.
Fugir? Já fui pra praias lindas - muito bem acompanhado - e você estava lá (inconveniente).
Beber? Já tomei porres de me comportar de forma promíscua e você estava lá (inconveniente).
Cantar? Quando se trata de você, cantar não espanta os males (inconveniente).
Por sua culpa eu já gastei tempo mergulhando em minhas dúvidas; fiquei com o corpo dolorido de deitar no sofá e até sair pra caminhar, mas nem assim você me deixou.
Acredite: já te confundi com melancolia, depressão, síndrome do isolamento, mas não... Era só você TÉDIO.
Vai ver se eu to na esquina... De alguma rua da China!

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◇ É passado, mas não esquecido