domingo, 23 de dezembro de 2012

Fail Call




Alguns dias atrás eu recebi uma ligação de um novo amigo meu. Como eu amo (e quem não ama?) receber a atenção de uma pessoa que eu amo, de imediato me senti lisonjeado com o contato.

Conversei bastante, porque eu gosto de falar ao telefone e, se me deixam falar, eu puxo assuntos da época em que telefones não existiam.

Num determinado momento, após alguns vários minutos de conversação, eu lembrei que o interlocutor me falou um dia: “Eu odeio falar ao telefone. Falo só o necessário e pronto”. Daí pensei: ‘Ele só ligou pra saber como eu estou, e eu fico aqui falando pelos cotovelos’ e, num movimento brusco de fala, eu me despedi; ele me deu uma patada e bateu o telefone na minha cara.

Eu, que não sou paranoico nem nada, comecei a pensar em mil alternativas fail pra situação ter chegado ao fim de ligação/vácuo: “Será que ele achou que eu fui rude?”, “Ele deve ter cismado e nunca mais vai fazer uma ligação pra mim, nem a cobrar”...

Enfim, não sei por que, mas fiquei me embriagando nessas dúvidas. Aí, como qualquer pessoa emocionalmente madura e apoiadora das novas ferramentas de comunicação, deixei pra ele um recado numa rede social. Ele postou um vídeo acima do meu recado e não respondeu. Eu comecei a me questionar a respeito da atitude e liguei pra ele. Ele disse que desligou o telefone e ficou dando risada e falou comigo tranquilamente.

O que essa situação me trouxe? Nada de novo: eu me importo exageradamente com as pessoas que eu amo. E quando eu digo ‘exageradamente’, é realmente de uma forma intensa, porém, desnecessária.

Tudo tem limite, principalmente pro altruísmo.

E pra começo de conversa, eu deveria ter deixado pra lá e nem esse texto ter escrito. Mas sempre há em mim uma forcinha querendo  frisar os martírios e    tirar uma suposta lição.


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◇ É passado, mas não esquecido