Alguns dias
atrás eu recebi uma ligação de um novo amigo meu. Como eu amo (e quem não ama?)
receber a atenção de uma pessoa que eu amo, de imediato me senti lisonjeado com
o contato.
Conversei
bastante, porque eu gosto de falar ao telefone e, se me deixam falar, eu puxo
assuntos da época em que telefones não existiam.
Num determinado
momento, após alguns vários minutos de conversação, eu lembrei que o
interlocutor me falou um dia: “Eu odeio falar ao telefone. Falo só o necessário
e pronto”. Daí pensei: ‘Ele só ligou pra saber como eu estou, e eu fico aqui
falando pelos cotovelos’ e, num movimento brusco de fala, eu me despedi; ele me
deu uma patada e bateu o telefone na minha cara.
Eu, que não sou
paranoico nem nada, comecei a pensar em mil alternativas fail pra situação ter chegado ao fim de ligação/vácuo: “Será que
ele achou que eu fui rude?”, “Ele deve ter cismado e nunca mais vai fazer uma
ligação pra mim, nem a cobrar”...
Enfim, não sei por
que, mas fiquei me embriagando nessas dúvidas. Aí, como qualquer pessoa emocionalmente
madura e apoiadora das novas ferramentas de comunicação, deixei pra ele um
recado numa rede social. Ele postou um vídeo acima do meu recado e não
respondeu. Eu comecei a me questionar a respeito da atitude e liguei pra ele. Ele
disse que desligou o telefone e ficou dando risada e falou comigo
tranquilamente.
O que essa
situação me trouxe? Nada de novo: eu me importo exageradamente com as pessoas
que eu amo. E quando eu digo ‘exageradamente’, é realmente de uma forma
intensa, porém, desnecessária.
Tudo tem limite, principalmente pro altruísmo.
E pra começo de
conversa, eu deveria ter deixado pra lá e nem esse texto ter escrito. Mas
sempre há em mim uma forcinha querendo
frisar os martírios e tirar uma suposta lição.
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