Um comunicólogo disse certa vez: “Vamos evitar a fadiga da
imagem”. Ele estava falando sobre não assistir imagens registradas, enquanto
ainda gravávamos, mas enquanto gravar clipes ainda não faz parte frequente da
minha vida, vou trazer a frase pro meu lado passional.
De certo que é ótimo estar do lado de quem nós amamos. É
claro que, quanto mais nós conhecemos alguém, mais dá vontade de conhecê-la, de
nos aproximar e entender seu interior, mas a demasia de sua companhia pode
fazer um efeito completamente oposto ao esperado.
Eu sempre amei os “começos”. Seja de um relacionamento ou um
projeto, é tudo muito mais empolgante quando se dá o start. Mas nossa sede de querer sempre mais, mais e mais, acaba
nos colocando no meio do exagero do apego. É que os filósofos, poetas e
companhia ilimitada sempre nos empurra pra frase: “Aproveite o seu dia como se
fosse o último”. Eu não discordo. Acho que devemos aproveitar mesmo. Entretanto,
assim como hoje pode ser nosso último dia aqui (na Terra), pode não ser. Daí,
você acaba vendo a pessoa o tempo inteiro, inunda-a de convites, aceitas todos
os convites que ela faz; sai, volta, sobe e desce ao lado dela, e o que
acontece é a grande aproximação, mas os defeitos, manias e cismas também vêm
junto com o bônus da sua companhia.
Em vista disso, é possível considerar que o reencontro após
um tempo de afastamento é ótimo. Vamos viver nosso dia como o último, mas sempre
pensando no possível amanhã.
Amar alguém é ótimo, mas você e seu ‘alguém’ também precisam
ter o seu espaço livre pra respirar o ar de outras companhias.