No filme “The
beach”, um diálogo guiado pelo personagem do Leonardo di Caprio me chamou muito
a atenção. Nessa conversa, onde ele tentava conquistar uma mulher, ele disse o
seguinte: “Dizem que existe um universo paralelo onde tudo que a gente deseja
aqui, acontece lá”. Daí, minha mente muito pouco fantasiosa, começou a imaginar
o velho “e se?”. E mesmo sabendo que a pior parte de sonhar é acordar, minha
mente ficou divagando...
E se tudo que eu passei de ruim na vida não tivesse acontecido? E se tivesse acontecido de outra forma? E se meus sonhos fossem todos concretizados rapidamente? E se não existissem dramas, bullying, inimizades feitas na infância e roupas pretas em dias nublados? E se? E se...
E se tudo que eu passei de ruim na vida não tivesse acontecido? E se tivesse acontecido de outra forma? E se meus sonhos fossem todos concretizados rapidamente? E se não existissem dramas, bullying, inimizades feitas na infância e roupas pretas em dias nublados? E se? E se...
***
Dias como esses
aqui no Rio de Janeiro são raros nessa época do ano; tempo parcialmente nublado
e ventos fortes.
O amor da minha vida saiu a pouco - deve ter ido comprar água de coco pra ajudar a curar minha ressaca, ou foi visitar o primo chato que se mudou pra cá e vive cobrando nossa visita -, como de praxe, deixou a cama toda bagunçada.
Levou alguns minutos até eu perceber que, além da cama, o loft estava um caos. Dois amigos dormindo no chão; uma amiga só de calcinha jogada no sofá da sala da TV; um cara que não conheço vestido numa camisa do Nirvana, dormindo sentado perto da porta e bitucas rolando no chão. Depois de acordar todo mundo e colocá-los pra fora, lá vai o escravo dar um grau na casa. Hoje não é dia de dona Maria, então sobrou pra mim.
O amor da minha vida saiu a pouco - deve ter ido comprar água de coco pra ajudar a curar minha ressaca, ou foi visitar o primo chato que se mudou pra cá e vive cobrando nossa visita -, como de praxe, deixou a cama toda bagunçada.
Levou alguns minutos até eu perceber que, além da cama, o loft estava um caos. Dois amigos dormindo no chão; uma amiga só de calcinha jogada no sofá da sala da TV; um cara que não conheço vestido numa camisa do Nirvana, dormindo sentado perto da porta e bitucas rolando no chão. Depois de acordar todo mundo e colocá-los pra fora, lá vai o escravo dar um grau na casa. Hoje não é dia de dona Maria, então sobrou pra mim.
Tomei um belo
banho, coloquei uma roupa folgada e fui terminar uma música.
Depois de tudo
limpo, fico do jeito que gosto de ficar quando to de “pós-rock”: sozinho.
Escrevi, li, toquei, cantei, cozinhei e quase havia esquecido o meu show de
hoje à noite.
Ser cantor
sempre foi meu sonho desde criança – Ok, toda criança canta, mas eu queria
mesmo (risos). Minha infância foi linda demais, era amigo de todo mundo, todos
gostavam de mim e respeitavam. Sempre que me lembro da minha época de guri,
imagino dias sol, poucas chuvas, vultos cheios de cores e risadas longas.
Seguindo minha
infância, minha adolescência também foi linda. Sempre namorei muito. Meus
relacionamentos duravam décadas. Meu relacionamento mais curto durou dois anos.
Eu respirava segurança e acho que devia ser atraente, sei lá. Quando penso na
época do colégio me dá uma saudade imensa. Tenho amigos que me procuram até
hoje pra relembrar os velhos tempos, onde a gente roubava a mente do porteiro
pra comprar bebidas pra galera e o “clube do cigarro” incomodando os caras dos
esportes.
Depois de tudo
veio a faculdade e, como não poderia ser diferente, fiz minha passagem ser
linda por lá. Na faculdade de Jornalismo todos se amavam e saiam juntos direto.
Quando eu me
formei, me veio a vontade de seguir a vida de cantor, tocando minhas músicas,
do meu jeito e fazendo da forma que eu sempre sonhei. Daí, como eu estava num
relacionamento com a pessoa certa, que eu já queria há anos, propus uma viagem.
Meu ouvido se deliciou como um “vamos agora!” e fomos.
Com meus pais eu
não precisava me preocupar, nem tão pouco com meu irmão, todos com suas vidas
tranquilas. E lá vou eu rumo ao Rio de Janeiro.
Shows, shows e mais shows... Minha vida ficou muito corrida desde
minha chegada aqui.
Ainda lembro com
carinho de muitos amigos que deixei pra trás, mas sempre faço esforço pra trazê-los
pra cá ou visitá-los, afinal, sempre fui bem aceito, muito amado e acho que
todos que tiveram uma parte a acrescentar na minha autoestima rica de boas
lembranças, merecem o troco.
Hoje, depois do
show (que eu sei que vai ser lindo), vou à Angra, porque todo mundo merece um
descanso digno.
Agora eu vou
tomar um Chardonnay.
E que todos
nossos caminhos sejam sempre iluminados.
***
E como eu disse
antes, a pior parte de sonhar é acordar do sonho.
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