quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ordinary world




Bertrand Russell disse:Se a todos fosse dado o poder mágico de ler os pensamentos uns dos outros, suponho que o primeiro resultado seria o desaparecimento de todas as amizades”.
Retraindo ou não, temos opiniões a respeito de todas as pessoas ao nosso redor, mas, pensando em não ofender, não machucar e, por uma questão de índole (porque têm pessoas que são falsas, simplesmente), nem tudo que nós pensamos é dito.

Meu amigo que come uma mulher casada, ainda vai à casa do marido dela (seu amigo), joga, bebe (de graça, diga-se de passagem), ainda consegue ter essa atitude escatológica. No entanto, este passou o meu aniversário todo demonstrando o amor que ele sente por mim, me dando atenção e uma proteção digna de uma amizade de cinquenta mil anos; além da atenção que ele me dá, sempre que há algo me acabrunha, caminhando de sua casa até a minha, coisa de 6 kms.

Outro amigo comeu a namorada de um amigo meu, que eu considero ser minha alma gêmea, enquanto o cara tava pagando contas com a justiça. Mas, comigo, sempre foi hospitaleiro quando eu chego a sua casa, fazendo questão de me tratar bem e cuidar de mim quando eu preciso, e já precisei várias vezes.

Ambos têm um lindo desvio de caráter e, se eles soubessem o que eu penso quando olho pra eles, nossa amizade já estaria fazendo parte de um passado sombrio.
Eu sempre fui do tipo: “Não é porque você é um escroto, que nunca me escrotizou, que eu não vou repudiar você”. Mas, até onde vai esse valor, visto que eu também peco e vivo tropeçando nas minhas falhas?

Voltando pra parte das “coisas que eu penso sobre meus amigos, mas eles nunca deverão saber”, nesse caso, é uma questão de “enquanto não fizerem algo comigo, ou com alguém que eu amo, eu não posso me importar”, porque se eu for me importar, eu vou ficar sozinho pra sempre; aliás, até da minha própria companhia eu vou fugir.

É algo a ser pensado: “Até onde vai o limite pra minha tolerância a falta de um bom caráter deles?”
“A parte mais suja do nosso corpo é a nossa mente”, imagine então seus amigos sendo humanos em relação as suas lamúrias e sua personalidade (no caso da minha que é extremamente difícil, tenho até medo de imaginar). Já pensou ouvir suas opiniões sobe você, sem que você saiba que eles estão falando, como um espião com uma câmera escondida, ou quando você tem acesso as suas conversas na internet?
Seria peso demais pra um só aguentar.

Enfim, quando penso no que eles pensam sobre mim, sinto uma grande curiosidade. Sinto vontade de vê-los sem maquiagem, sem os abraços longos e as declarações de amor feitas sob o efeito do álcool. Queria vê-los e ouvi-los da forma mais humana e “descensurada” possível, mas sinto que eu não aguentaria  caso isso acontecesse, pois, com toda reciprocidade do mundo, das três, todas: decepção, afastamento e adeus amizade.

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◇ É passado, mas não esquecido