Depois de acabar com os meus hábitos nocivos – falando da
parte “física”: cigarro, bebida, sedentarismo... – eu comecei a fazer uma
autoanalise pra mudar o meu jeito de lidar com o outro.
Numa grande lista que eu fiz mentalmente, um dos itens foi: “parar
de investir na relações onde eu não tinha uma boa resposta”. Ok, eu explico.
Eu gosto de gente. Eu gosto de me relacionar com pessoas. Só que eu não havia
percebido (ou percebi, mas só resolvi aceitar agora) que eu investia muito
(gentileza, cordialidade, apreço, amizade...) com várias pessoas, mas na hora em
que as coisas ficavam difíceis, eu acabava recorrendo aos antigos, mesmos, os
de sempre (e olhe lá, porque esses também são ótimos na arte de sumir).
Eu desperdiçava muuuuita energia nessa história de me unir,
me ligar, criar laços. Acredito que era quase uma compulsão. Sério. Quando mais
difícil a pessoa, mas eu queria chegar nela. Consegui? Ok, era massa, mas eu
queria mais (nossa, me senti um usuário de crack, só que usuário de gente, o
que é pior... não?).
Portanto, eu resolvi começar a prestar atenção nas minhas
atitudes com alguns próximos (ou naqueles em que eu buscava satisfazer meu
vício). Eu comecei a observar com quais pessoas eu tentava uma aproximação, mas
era repelido, enrolado, “adiado”; depois observei com quais pessoas eu sempre
começava um diálogo (Exagero? Vocês não viram nada!!!); pessoas que eu dava, contribuía
e me esforçava pra manter bem, seguro, em paz, mas era só eu (por favor, não
riam... a coisa é séria); pessoas que eu me preocupava, perguntava sobre sua
saúde, queria bem... ok, eles também me queriam bem, mas cagavam pra mim quando
era preciso mostrar “serviço”.
Como diz o velho ditado: “a gente só conhece alguém quando
come muito sal junto”. Verdade? Não sei. Mas estou “usando” minha simpatia,
empatia e altruísmo com aqueles que fazem o mesmo e, acreditem, estou muuuuuito
bem assim. Obrigado.
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