quinta-feira, 6 de junho de 2013

O fim do esforço das tentativas de mudança




Depois de tanto tempo, tantos textos falando sobre o mesmo assunto, eu percebi o que eu sinto de verdade.
É quase frustrante, se não fosse ao mesmo tempo libertador. 

Eu sempre disse que queria mudar, que não agüentava a mesmice, que tinha “medo do mesmo”, e pode até ser. Pode ser que seja esse meu desejo mesmo, mas não necessariamente  será algo que um dia eu concretize. Ok. Um dia quem sabe, mas sinto que é só um engano.

Na verdade a mesmice é confortante. É terrível arriscar e fazer coisas novas, construir novas relações, laços de confiança, novos números na agenda do telefone. Não é fácil. Pra mim não é, mas eu achei que a chave da minha felicidade estava nisso: mudar velhos hábitos.

Eu colocava como objeto da minha felicidade a tal mudança, que seria, obviamente, mudar minha rotina; novos amigos, novas flores, novas dores, novos amores, novas músicas... Mas não, eu gosto mesmo de tocar as mesmas músicas, de sofrer pelas mesmas pessoas... Ok, gostar, gostar, gostar eu não gosto, mas tenho medo de arriscar, tentar, jogar com todas as minhas cartas e não conseguir me sentir bem. Se isso acontece, o que eu faço depois? Como proceder? Terminou? Game over? Finish? Já posso morrer?

Aí, eu volto pra minha “linda” rotina de coisas inúmeras e divertidas, mas com uma pitada de “de novo?”.
Talvez um dia eu mude. Talvez, quem sabe? Talvez um dia eu seja um cara que anda com roupas com cores quentes, ande em barzinhos de playboy e deixe de andar numa praça com 1/3 dos meus amores e bebidas baratas, tocando Nirvana e reclamando da vida pra quem já me fez reclamar da vida. Talvez eu comece a ver tudo pelo lado mais lindo e escreva  canções que falem de amores correspondidos e sol. Talvez um dia eu me torne um super intelectual, que ama documentários sobre a evolução do Planeta e música clássica. Um dia eu posso ser... Eu sei que eu posso ser o que eu quiser. Tá, exceto modelo, pelo excesso de peso e idade; e cantor de uma boy band, pelo excesso de peso e idade. Até lá, até o dia em que eu resolver que eu não sou mais esse, eu vou continuar sendo esse cara aqui, que sofre por uma rejeição, que tem mil “fãs” por aí, que tem amigos que parecem maravilhas do mundo, que volta e meia faz sexo bêbado, que fala o que pensa e acaba ofendendo mil pessoas, que não ta muito aí pras coisas sérias da vida, mas que também se importa em ajudar um amigo com um micro-problema (Esse não é o meu resumo, eu não queria escrever um novo texto a partir desse).

Pena que essa conclusão só veio com muitas facadas na alma. 

Dizem que às vezes é preciso se foder muito pra aprender alguma coisa. Karma, espero que 26 anos disso pague minha dívida.



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◇ É passado, mas não esquecido