terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Louco




Medo da morte. Sempre tive medo da morte. Medo de morrer e não ter feito tudo que eu queria fazer. Medo de ter alguém levado embora muito cedo (até porque já tive vários que foram levados por essa linda).
Mas, um medo pode superar o outro e, sem dúvidas, o medo de enlouquecer superou meu medo da morte. O medo de perder esse, o sujeito, o empolgado, apaixonado, melancólico, romântico, inteligente, cantor e altruísta.

O medo de perder a sanidade foi mais intenso do que o medo de morrer. Morreu? * puf * escuridão. Adeus. Acabou. Mas enlouquecer não. Será que eu teria consciência de que eu não estava mais apto a controlar minhas palavras e gestos? Será que os loucos não são mais felizes? Será que, enlouquecendo, eu acabaria numa clínica isolada do resto mundo vestindo aquele jaleco branco cantando as músicas do Nirvana e falando das minhas angústias em voz alta? (que tenso).

No fim, a morte nem tão ruim. Na verdade é ruim pra quem fica (cliché, mas é bem verdade).
Superei o medo da morte, agora eu tenho medo de morrer lentamente, num leito de hospital ou em situações que eu prefiro nem lembrar.

O medo de enlouquecer também passou. Não que agora eu seja o cara mais destemido e temido da Bahia (Faroeste Caboclo fellings), mas aceito mais (eu acho).
Agora, com pesar, me despeço... Desse texto.

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◇ É passado, mas não esquecido