Nós não nos gostávamos > Nasceu uma amizade > A
intimidade cresceu > Ficamos. Andávamos praticamente 24 horas por dia. Às
vezes passávamos de três a quatro dias juntos, variando as passagens entre: da sua
casa pra minha, pra rua, pra casa de alguém, pra alguma festa...
A convivência era extremamente exagerada. Passávamos dias
numa praia deserta e quando voltávamos pra casa, entravamos no facebook e, no chat, quem era a primeira
pessoa a falar/tc comigo? Pois é.
Acho que eu... Não, acho não, eu tenho CERTEZA: nunca tive
ninguém assim na minha vida.
Sério. Unreal.
Ficamos uns dois anos vivendo essa amizade intensamente. Você não tem noção da
proximidade. Era quase um casamento sem papéis assinados e igreja.
A intimidade era EXTREMAMENTE latente. Não sei se devo
citar, mas acho que você deve saber que um casal não tem limites quando o
assunto é intimidade; ou seja, de banheiro a dancinhas no quarto sob o efeito
de alguma vodka vagabunda.
Mas (maldito “mas”), o objeto do meu afeto exacerbado trouxe
à tona lados desprezíveis da sua personalidade, e eu como tenho um lado moral
muito acentuado – pausa dramática -, não deixei por menos.
A história nem era necessariamente comigo, mas mentiu pra mim e... ‘$!@%!%$ como você pôde *!&@¨%!$@*#? Você ainda quer que eu permaneça do seu lado !*¨@¨!%#¨$&%!¨$# ¨!%¨$!¨#$¨$!#’...
Acho que já deu pra ver no barraco que deu né?
A história nem era necessariamente comigo, mas mentiu pra mim e... ‘$!@%!%$ como você pôde *!&@¨%!$@*#? Você ainda quer que eu permaneça do seu lado !*¨@¨!%#¨$&%!¨$# ¨!%¨$!¨#$¨$!#’...
Acho que já deu pra ver no barraco que deu né?
Dessa rusga nasceu um ódio imenso em mim, mas com o tempo eu
tentei suprimi-lo (porque não posso apagá-lo, pois sempre que eu tento, não
consigo). Então, sempre que eu olho na cara da criatura, me vem um calor e
agonia que eu entendo como raiva, uma vez que eu penso em falar algo que
denigra sua pessoa; às vezes não, só vem afeto mesmo.
Mas, não sei você, eu tenho um coração selvagem, mas doce:
perdoei. No entanto, o equilíbrio entre o amor e o ódio ficou muuuuuito tênue,
muito frágil, ali, na superfície. Daí, eu começo a tratar com desprezo só pra
me vingar pela angústia causada a mim; depois dou carinho e um bom tratamento pra recompensar pelas coisas boas que também
existiram entre nós... e fico nessa.
Hoje eu soube que partiria pra uma cidade perto da minha, mas
vamos nos afastar, é claro; não é sempre que eu vou ter dinheiro, não é sempre
que eu vou ter tempo, não é sempre que eu vou estar disposto a fazer uma viagem
(embora seja no litoral)... anyway...
A distância desfaz as amizades (as com
benefícios então...)
O propósito desse texto, além de me fazer refletir sobre o
assunto e chegar a uma conclusão que me ajude a entender a situação, assim como
todos os textos que eu escrevo pra esse blog, é, também, mostrar o quanto eu
amo e odeio ao mesmo tempo e vivo, em alguns casos, nessa dualidade.
Então eu penso: “Poxa, to perdendo uma das pessoas que eu
mais amo e que mais me ama na vida”. Por outro lado, penso: “Por mim vai
embora, e leve junto essa amizade por interesse e sua falsidade desmedida”. Mas
penso também: “E agora, quem vai falar comigo no facebook mesmo quando eu to offline?”,
mas penso também: “Não respeita seus amigos. Vá embora mesmo”.
E entre esses espíritos bons e maus que me cercam, prefiro
optar pelos maus, assim eu não sofro... Mentira, eu opto pelos bons, sua
amizade vai me fazer falta.
Ohh céus, quanta duplicidade.